EUA receberam e-mails que indicavam autoria de ataque em consulado na Líbia

Washington, 24 out (EFE).- O Departamento de Estado e o FBI receberam e-mails, apenas duas horas depois do atentado contra o consulado americano em Benghazi, afirmando que a organização Ansar al Sharia seria responsável pelo ataque, afirmou nesta quarta-feira a imprensa americana.

Nos e-mails, enviados a vários organismos de segurança dos EUA e à Casa Branca, se especificava que o grupo islâmico extremista Ansar al Sharia teria reivindicado a responsabilidade do ataque, no qual morreram o embaixador americano na Líbia e outros três funcionários.

A explicação do ocorrido em Benghazi gerou uma troca de acusações entre republicanos e democratas na reta final da campanha eleitoral, depois que a Administração do presidente Barack Obama afirmou, em um primeiro momento, que o ataque tinha sido resultado dos protestos espontâneos após a divulgação na internet de um filme anti-Islã feito nos EUA.

No entanto, altos funcionários do governo americano reconheceram posteriormente que o ataque tinha sido planejado e não tinha nada a ver com os protestos pelo vídeo, que se estenderam pelo mundo muçulmano.

Após a nova revelação, os senadores republicanos John McCain, Lindsey Graham e Kelly Ayotte enviaram hoje uma carta ao presidente Obama na qual expressam sua "profunda preocupação".

"Esta última informação se soma à confusão que cerca o que o senhor e sua administração conheciam sobre os ataques em Benghazi, quando o conheceram, e por que responderam aos trágicos fatos da forma como fizeram", disseram na carta.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, diminuiu a importância dos e-mails e afirmou que chegaram muitas informações após o ataque em Benghazi.

"Havia uma grande variedade de informações que estavam chegando naquele momento. A questão é que os serviços secretos se dedicam na avaliação dessas informações e no julgamento do que aconteceu e quem são os responsáveis", disse Carney aos jornalistas que o acompanham no avião presidencial rumo a um evento da campanha eleitoral democrata em Iowa.

"O e-mail do qual se referem os senhores era uma fonte aberta, um e-mail não classificado que se referia a uma afirmação feita nas redes sociais e da qual todo mundo pôde ter acesso de maneira instantânea", acrescentou.

Por último, reiterou que as primeiras avaliações sobre o ocorrido eram "preliminares" e foi divulgado "que existia uma investigação em andamento e que, assim que tivéssemos mais detalhes, os divulgaríamos aos cidadãos".

Por outro lado, a secretária de Estado Hillary Clinton, comentou também sobre estas informações, mas as chamou de "manipulações".

"Já disse e voltarei a fazê-lo: ninguém quer saber mais do que eu o que ocorreu em Benghazi", disse Hillary aos jornalistas depois de uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota.

"O conselho independente que analisa o ocorrido está em pleno trabalho, não manipulando uma história aqui e um documento ali, mas olhando para todas as informações, que é o enfoque que recomendo para algo tão complexo como um ataque como este", afirmou.

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