Israel convoca 75 mil reservistas e dá sinais de iminente invasão terrestre à Gaza

Ana Cárdenes
Em Gaza, Palestina

A ofensiva israelense na Faixa de Gaza completou nesta sexta-feira seu terceiro dia com a morte, até agora, de 29 palestinos e três israelenses em meio a sinais de uma iminente invasão terrestre, após o Governo israelense ter ordenado a mobilização de 75 mil reservistas.

O ministro da Saúde do Governo do Hamas em Gaza, Moufid Mujalalati, disse a jornalistas no hospital de Shifa que 24 pessoas morreram, entre elas 12 civis: sete crianças, duas mulheres (uma delas grávida) e três idosos.

Outro motivo de comemoração nas ruas de Gaza foi a notícia de que um foguete lançado a partir da faixa tinha atingido as redondezas de Jerusalém.

O projétil foi um míssil Fajr-5, que caiu em uma área despovoada do assentamento judaico de Gush Etsion, na Cisjordânia ocupada e nas proximidades de Jerusalém.

No hospital de Shifa, o maior de Gaza, dezenas de palestinos esperavam notícias de parentes ou amigos feridos nos bombardeios israelenses.

"Desde que tudo começou, recebemos 215 feridos. A cada 15 minutos, chega uma ambulância. Hoje chegaram 60, é um gotejamento contínuo. E todos são civis. Eu não vi chegar nem um só miliciano. Por que atacam civis? Por que matam crianças?", disse à Efe o diretor médico do hospital, Ayman Sahabani.

Sahabani afirmou que hoje receberam em Shifa o corpo de um menor de dois anos com ferimentos provocados por explosivo e, ontem, uma menina de seis anos com a cabeça destroçada.

"Se continuar a agressão por mais de dois dias, não sei como atenderemos os pacientes. Começaremos a ter escassez de remédios. Nosso problema agora é o fornecimento de eletricidade. A eletricidade acaba a cada oito horas e os geradores não são estáveis, por isso prejudicam os equipamentos médicos", explicou.

A partir do começo da noite, fora dos cafés e restaurantes se reúnem pequenos grupos de homens que escutam rádio e conversam sobre a situação.