Ahmadinejad diz que Irã não cederá a pressões por meio de sanções

Em Teerã

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou neste domingo (10) que, por meio de pressões e sanções, ninguém poderá impor sua vontade à nação iraniana.  A declaração foi dada durante discurso realizado por ocasião do 34º aniversário da Revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini

Em seu discurso, ao término de uma grande manifestação em Teerã, Ahmadinejad disse que o "Irã é uma das nações mais independentes do mundo e ninguém pode impor sua vontade", em alusão às sanções do Conselho de Segurança da ONU, da União Europeia (UE), dos Estados Unidos e de outros países para que a nação árabe abandone seu programa nuclear.

"Irã não cederá de seus direitos básicos", repetiu Ahmadinejad. Teerã assegura que seu programa nuclear é exclusivamente civil e pacífico, enquanto alguns países, liderados pelos Estados Unidos, afirmam que ele tem uma vertente armamentista.

No entanto, Ahmadinejad se ofereceu para conversas diretas com os EUA se as sanções forem retiradas.

"Tirem a arma da cabeça da nação iraniana e eu mesmo falarei com os senhores", disse Ahmadinejad, em uma aparente referência à oferta feita pelo vice-presidente dos EUA, Joe Biden, de estabelecer conversas diretas, especialmente sobre a questão nuclear, ao mesmo tempo em que em que Washington anunciava novas sanções.

Na quarta-feira passada, na Cúpula Islâmica do Cairo, Ahmadinejad disse que a proposta de Biden parecia "positiva". Além disso, afirmou que se os EUA mudar seu comportamento em relação à República Islâmica o Irã "considerará a proposta".

Um dia depois, na quinta-feira, o líder supremo da nação, o aiatolá Ali Khamenei, rejeitou qualquer tipo de conversa direta com os EUA sob pressão e acusou Biden de "fazer uma proposta de negociação enquanto apontam suas armas ao Irã".

Qualquer iniciativa para falar diretamente com os EUA, reiteraram as autoridades iranianas, deve contar com a autorização expressa de Khamenei, cujo gabinete controla as conversas em matéria nuclear que o Irã realiza com as potências do Grupo 5+1, entre as quais se encontra os EUA.

Ahmadinejad fez diversas referências religiosas em seu discurso de hoje, realizado na praça Azadi (Liberdade), cenário habitual das mobilizações oficiais, e frisou que "a revolução islâmica é um grande acontecimento na evolução humana e o maior fato depois do movimento que liderou o profeta Maomé", segundo noticiou a agência "Irna".

O presidente também defendeu a dignidade do Irã durante a manifestação e em uma breve declaração à imprensa local disse que o país não sucumbe diante dos problemas.

Uma multidão se reuniu hoje em Teerã carregando bandeiras iranianas e cantando palavras de ordem em favor do regime e contra os Estados Unidos e Israel, os dois grandes inimigos da República Islâmica.

Entre os manifestantes havia grandes retratos de Khomeini e Khamenei, fotografias de "mártires da Revolução", bandeiras do Irã e da cor verde bandas (a cor do Islã) e cartazes em persa e em inglês contra os EUA e Israel.

Os comandantes militares iranianos aproveitaram a ocasião para anunciar a próxima apresentação de equipamentos militares produzidos no país, que incluiu um avião não-tripulado que pode lançar mísseis ar-ar.

As autoridades também anunciaram que o Irã provou com sucesso um novo míssil ar-ar e foram exibidas maquetes do recentemente apresentado caça Qaher-313 e de um satélite artificial.

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