Governo da Colômbia pede que Farc sigam cronograma de conversas acordado

Havana, 10 fev (EFE).- O Governo da Colômbia considera que o ritmo dos diálogos de paz com as Farc melhorou, mas pediu à guerrilha que siga estritamente o cronograma de conversas, porque não serão tratados novos temas.

"Não estamos aqui para falar do divino e do humano. Há um roteiro claro dos temas que são os motivos destes diálogos e não vamos desviar. E esperamos que as Farc cumpram com o pactuado", disse o ex-vice-presidente da Colômbia, Humberto de la Calle, chefe da equipe negociadora do Governo de Juan Manuel Santos.

Por outra lado, De la Calle reivindicou também às Farc que agilizem a libertação dos dois policiais e do soldado que foram sequestrados e advertiu que cada sequestro "influencia diretamente contra o processo de paz".

O Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) concluíram neste domingo outra rodada de conversas, que foi iniciada em 31 de janeiro e marcada pelo aumento do conflito na Colômbia, assim como a apresentação por parte de guerrilha de várias propostas relativas ao problema da terra.

Como é habitual quando se fecha um ciclo dos diálogos, De la Calle leu em Havana uma declaração - sem admitir perguntas da imprensa - na qual quis deixar claro que a agenda pactada para as conversas não vai ser aberta a novos temas colocados pelas Farc.

"Algumas das propostas da guerrilha como o tema mineiro energético ou a ideia de frear a construção de mega projetos para a geração de energia elétrica simplesmente não fazem parte das discussões da mesa", destacou.

De la Calle acrescentou que "uma coisa é o que as Farc dizem em público como parte de sua plataforma, que terão ocasião de defender se forem reintegraados à vida civil. E outra coisa é o que se fala na mesa".

O negociador de Juan Manuel Santos aproveitou para reiterar sua rejeição veemente aos sequestros por parte da guerrilha e também para lembrar que um dos pontos centrais da agenda de diálogo é o das vítimas.

"Não concebemos um acordo para o término do conflito sem que a guerrilha liberte suas vítimas. Chegado o momento, proporemos fórmulas e mecanismos para que isso ocorra", assinalou De la Calle.

Após terminar um novo ciclo do diálogo de paz, as partes retomarão as conversas na mesa de Havana em 18 de fevereiro.

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