Khamenei repreende Ahmadinejad e líder do Parlamento por disputas públicas

Teerã, 16 fev (EFE).- O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, repreendeu neste sábado o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, e o líder do Parlamento, Ali Larijani, por suas recentes disputas públicas, informou a agência local "Mehr".

Khamenei, que tem poder absoluto na República Islâmica, um regime teocrático muçulmano xiita, já advertiu em novembro do ano passado aos chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judicial que evitassem os confrontos no período prévio às eleições presidenciais do próximo dia 14 de junho.

No entanto, dentro da luta pelo poder que acontece dentro do regime, os poderes Legislativo e Judiciário, liderados respectivamente pelos irmãos Ali e Sadeq Amoli Larijani, que pertencem ao entorno de Khamenei, mantiveram sua fustigação aos partidários de Ahmadinejad, que respondeu com contundência.

Hoje, em um ato público em Tabriz, no noroeste do Irã, Khamenei assinalou que a censura e destituição pelo Parlamento no último dia 3 do ministro do Trabalho do Governo de Ahmadinejad, Abdul Reza Sheijoleslami, foi "errônea, inútil e sem justificativa".

Khamenei também considerou "anticonstitucional e contrária aos direitos da nação" a defesa do já ex-ministro por parte de Ahmadinejad, a quem acusou de utilizar as instituições para seu benefício pessoal.

Para o líder supremo iraniano, estes fatos "perturbam a paz psicológica do povo" no momento prévio às eleições presidenciais que seguem às de 2009, nas quais a vitória de Ahmadinejad foi tachada de fraude pela oposição, o que originou protestos em cuja repressão morreram dezenas de pessoas.

"Quando há um inimigo comum e conspirações de todo tipo (contra o regime islâmico), é preciso reforçar a irmandade e resistir ao oponente", ressaltou Khamenei segundo a agência oficial "Irna".

Para o aiatolá, os responsáveis do Governo e do Parlamento "devem concentrar-se em fazer todos os esforços possíveis para solucionar os problemas econômicos do povo, já que nossos inimigos têm como principal objetivo prejudicar nossa economia".

A luta de poder entre o Parlamento, controlado pelo setor principalista, o mais ultraconservador do regime islâmico e próximo a Khamenei, e o entorno de Ahmadinejad, tachado de desviacionista e acusado de pôr em dúvida a preeminência religiosa no sistema, se intensificou perante a proximidade do pleito.

As presidenciais estão convocadas para o dia 14 de junho e Ahmadinejad não pode concorrer por ter esgotado os dois mandatos consecutivos que a Constituição permite.

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