Termina megajulgamento contra saarauís no Marrocos

Rabat, 17 fev (EFE).- O megajulgamento realizado em Rabat contra 24 saarauís pela morte de 11 agentes marroquinos nos acontecimentos de Gdaim Izik em 2010 terminou com oito penas de prisão perpétua, outras quatro de 30 anos e mais oito de 25 anos de prisão, entre as mais duras.

O Tribunal Militar de Rabat que julgou os saarauís durante nove dias sem interrupção anunciou no começo da madrugada do domingo (data local) seu veredicto, após sete horas de deliberações entre seus membros.

Os delitos que segundo o tribunal ficaram provados foram "violência contra as forças da ordem com resultado de morte, premeditação e mutilação de cadáveres", em grau de autoria ou de cumplicidade.

Os saarauís escutaram destemidos as penas, levantaram o punho e proferiram palavras de ordem pela independência e pela autodeterminação do Saara, como fizeram durante os nove dias do julgamento.

Nos arredores do tribunal, um pequeno grupo de nacionalistas marroquinos comemorou o veredicto ao grito de "traidores" e "assassinos".

Estas penas de longos anos de prisão - somente dois dos julgados receberam dois anos - contrastam com as expectativas dos advogados de defesa e dos observadores, tanto marroquinos como saarauís e estrangeiros, que destacaram durante toda a semana a debilidade das provas contra os acusados.