Complexo industrial interrompe atividades após ausência de funcionários norte-coreanos

De Seul (Coreia do Sul)

Os funcionários norte-coreanos do complexo industrial de Kaesong, único projeto vigente de cooperação entre as duas Coreias, não foram nesta terça-feira (9) a seus postos de trabalho, cumprindo a ameaça realizada na segunda-feira (8) pela Coreia do Norte, levando assim à interrupção das atividades das fábricas.

Uma porta-voz do ministério da Unificação da Coreia do Sul confirmou à agência Efe que os trabalhadores não se apresentaram nesta manhã e que a Coreia do Norte não tem planos de operar os frequentes serviços de ônibus utilizados para o transporte de suas residências até o complexo.

O regime comunista anunciou na segunda-feira que retiraria todos os seus trabalhadores do complexo industrial de Kaesong, após bloquear durante seis dias o acesso de sul-coreanos a este complexo em seu território como parte da intensa campanha de ameaças e hostilidades que mantém desde março.

Kim Yang-gon, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, antecipou a "suspensão temporária das operações do complexo" durante uma incomum visita a Kaesong, na qual acrescentou que o regime "considerará" fechar definitivamente o projeto.

A autoridade norte-coreana acusou a Coreia do Sul de insultar a dignidade de sua nação e declarou o governo do país vizinho "completamente responsável" pelo que acontecer em Kaesong no futuro.

Por sua vez, o ministério da Unificação de Seul lamentou em comunicado a decisão da Coreia do Norte e responsabilizou o país vizinho pelas consequências da suspensão de atividades do complexo.

O ministério da Unificação responderá "com calma, mas com firmeza" à ação norte-coreana, prosseguiu o comunicado, e fará "todo o possível para garantir a segurança" dos funcionários do complexo e a proteção de sua "propriedade".

Um total de 123 empresas da Coreia do Sul fabrica produtos com a mão de obra de 54 mil norte-coreanos em Kaesong, que até hoje representou uma importante contribuição de divisas ao regime de Kim Jong-un.

As Coreias abriram o complexo em 2004 como o mais importante projeto conjunto de cooperação econômica. Apesar dos diversos episódios de crise que os dois países viveram desde então, até agora o Norte só tinha alterado as operações do complexo industrial em uma ocasião, cinco anos atrás, e o fez apenas por um dia.

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