Família francesa sequestrada há dois meses é libertada em Camarões

Yaoundé, 19 abr (EFE).- O presidente de Camarões, Paul Biya, anunciou nesta sexta-feira que a família de sete franceses sequestrada no último dia 19 de fevereiro no norte do país foi libertada e passa bem.

A família francesa, que contava com quatro crianças e três adultos, foi levada à Nigéria após ser capturada por integrantes da seita radical islâmica Boko Haram, que, no último dia 25 de fevereiro, divulgou um vídeo assumindo a autoria o sequestro.

"A família Moulin Fournier, que estava há um mês nas mãos dos sequestradores na Nigéria, se encontra livre", afirmou Biya em comunicado emitido pela emissora estatal "CRTV".

"Todos seus integrantes gozam de boa saúde. Esta libertação só foi possível de ser alcançada graças ao apoio das autoridades de Camarões, Nigéria e França", acrescentou o presidente, sem dar mais detalhes sobre o caso.

O ministro de Comunicação de Camarões, Issa Chiroma Bakary, confirmou à Agência Efe "que os sete sequestrados franceses foram entregues às autoridades camaronesas na manhã de hoje" e ressaltou que "essa libertação não foi negociada".

A família francesa já se encontra na Embaixada da França em Yaoundé, aonde chegaram em um veículo na companhia do embaixador francês, Bruno Gain, segundo pôde constatar a Agência Efe.

De acordo com fontes do governo camaronês, o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, deve chegar ainda nesta sexta-feira em Yaoundé, a capital do país.

A família libertada será recebida hoje por Biya e por Fabius, por volta das 16h (de Brasília), em uma cerimônia que será transmitida ao vivo pela emissora estatal "CRTV".

A princípio, segundo a mesma fonte, os sete franceses, assim como o próprio ministro, devem deixar o país africano amanhã e seguirão direto para França.

O chefe da família Tanguy Moulin-Fournier, que trabalhava para a companhia energética GDF Suez em Yaoundé, foi sequestrado junto a um familiar, sua esposa e seus quatro filhos na cidade de Dabanga, no norte de Camarões, perto da fronteira com a Nigéria. Os sequestrados faziam turismo pela região, onde se encontra o Parque Natural de Waza.

"Os sequestrados circulavam de moto quando foram interceptados na saída do Parque Waza e foram levados à força para Nigéria", explicou então o ministro de Comunicação camaronês.

Este foi o primeiro sequestro envolvendo crianças e também o primeiro de cidadãos franceses em território camaronês.

O grupo radical Boko Haram, que no idioma local significa "educação não islâmica é pecado", luta supostamente para impor a lei islâmica na Nigéria, de maioria muçulmana no norte e de preponderância cristã no sul.

Desde 2009, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que causou a morte de 1,4 mil pessoas, segundo a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), embora o Exército da Nigéria assegure que as vítimas passam das 3 mil.

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