Exército de Israel inicia operação militar com ao menos 10 mortos em Gaza

Gaza/Jerusalém, 8 jul (EFE).- Pelo menos dez pessoas morreram, incluindo quatro civis, e outras 40 ficaram feridas no início de uma nova operação militar contra o movimento islamita Hamas em Gaza, a qual, de acordo com as autoridades de Israel, será longa, dura e se intensificará ao longo dos próximos dias.

Segundo o porta-voz de Emergência da Faixa de Gaza, Ashraf Al Qedra, cinco milicianos do grupo radical Jihad Islâmica morreram durante um ataque aéreo perpetrado pelo Exército de Israel contra o veículo em que os mesmos seguiam.

Um sexto miliciano, um suposto membro do Hamas, morreu durante um bombardeio prévio em Deir al Balaj, enquanto quatro civis foram mortos após um ataque contra um edifício na cidade meridional de Khan Yunes, ao sul da Faixa de Gaza.

Fontes do Ministério da Defesa de Israel indicaram que essa decisão foi tomada nesta manhã, após uma reunião entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, realizada em Tel Aviv e que também contou com presença do comandante chefe do Exército, Benny Gantz, e do diretor dos serviços secretos (Shin Bet), Yoram Cohen.

"No final do encontro, o primeiro-ministro ordenou o preparo de uma longa, contínua e dura campanha contra Gaza", afirmou o militar que, por outro lado, preferiu não revelar sua identidade. "Que esteja preparado para tudo. A ofensiva terrestre está sobre a mesa", acrescentou o oficial em declarações recolhidos pelo jornal israelense "Ha'aretz".

Batizada de "Limite Protetor", a operação começou na noite de ontem com intensos bombardeios, principalmente no leste e no sul da Faixa, depois que o Gabinete israelense desse sinal verde a essa resposta por parte do Hamas.

Israel acusa ao movimento islamita pelo assassinato de três jovens israelenses que desapareceram no último dia 12 de junho, quando tentavam pegar uma carona perto da colônia de Gush Etzion, na Cisjordânia ocupada.

Logo após a divulgação do desaparecimento dos jovens, o Exército israelense empreendeu uma operação militar de busca que incluiu a detenção de mais de 500 pessoas - a maioria membros do Hamas - e a destruição de grande parte da infraestrutura do grupo na Cisjordânia.

Os milicianos, por sua parte, intensificaram o lançamento de mísseis a partir de Gaza, deixando vários soldados israelenses feridos.

A tensão se intensificou na segunda-feira da semana passada, quando os corpos dos três jovens foram encontrados e deram início a uma onda de ataques racistas contra árabes. Na sequência, um jovem palestino foi queimado vivo por seus sequestradores.

Ontem à noite, pela primeira vez desde o início da crise, as "Brigadas Azedim al-Qassam", braço armado do Hamas, assumiu a autoria do lançamento de 35 foguetes disparados contra o sul e o centro de Israel.

Os foguetes lançados coincidiram com o funeral dos seis integrantes deste braço armado que morreram no domingo. Desde então, segundo o Exército israelense, 86 foguetes foram disparados, sendo 16 deles nas últimas horas.

Cinco destes últimos foram interceptados pelo escudo antimísseis "Cúpula de Ferro", que ampliou seu desdobramento em diversos pontos de Israel.

Fontes na Faixa de Gaza indicaram que os ataques israelenses se concentraram sobre as zonas agrícolas, que incluem túneis e aparatos para o lançamento de foguetes, e contra as casas de supostos milicianos.

O início da operação militar também elevou a atividade política entre palestinos e israelenses, uns para deter os ataques e os outros para justificá-los.

Em comunicado oficial, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu ao governo israelense deter a ofensiva, assim como um maior envolvimento por parte da comunidade internacional, que, segundo Abbas, teria de agir para evitar uma escalada bélica e a instabilidade de toda região.

Segundo a agência de notícias oficial "Wafa", Abbas também empreendeu "consultas urgentes" com líderes árabes e de outros países para tentar um possível recuo do governo israelense.

O jornal israelense "Ha'aretz" informou que o primeiro-ministro conversará ao longo do dia com líderes mundiais para explicar os motivos da operação e assinalar que o Hamas teria dado início a essa escalada.

Enquanto as cidades israelenses em um raio de 70 quilômetros - incluindo Tel Aviv - se encontram sob alerta vermelho, Israel, desde o fim de semana, mantém unidades de infantaria e de artilharia desdobradas no perímetro de Gaza.

Ontem, além disso, o Exército israelense mobilizou 1,5 mil reservistas perante a possibilidade de a operação vir a desencadear uma possível ação terrestre.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos