Campanha presidencial recomeça com Marina passando Aécio nas pesquisas

Em Bruxelas

Brasília, 18 ago (EFE).- Os candidatos à presidência reiniciaram nesta segunda-feira suas campanhas após o enterro ontem de Eduardo Campos e com o impacto de uma pesquisa que mostra sua possível sucessora, Marina Silva, como segunda colocada atrás da presidente Dilma Rousseff.

A campanha esteve paralisada desde quarta-feira após a morte de Campos, candidato do (PSB) sepultado neste domingo em Recife em cerimônia assistida por 160 mil pessoas, incluindo os principais candidatos presidenciais.

A presidente Dilma, que tenta a reeleição pelo PT, decidiu dedicar a jornada de hoje a se preparar para uma entrevista ao "Jornal Nacional" da Rede Globo.

Já o senador Aécio Neves, candidato do PSDB e até ontem segundo colocado nas enquetes, reiniciou a campanha com uma visita à Unidade de Policia Pacificadora (UPP) do Morro Santa Marta, em Botafogo, na zona sul, do Rio de Janeiro.

A campanha de ambos recomeçou impactada pela divulgação hoje de uma pesquisa que mostra que Marina Silva, possível nova candidata à presidência pelo PSB no lugar de Campos, seria a segunda mais votada nas eleições de 5 de outubro e favorita para vencer Dilma em um segundo turno.

Segundo a primeira pesquisa realizada pelo Datafolha após a morte de Campos, Marina, que foi a terceira mais votada nas eleições de 2010, conta hoje com 21% das intenções de voto, o que lhe garantiria um lugar no segundo turno.

A disputa ainda é liderada por Dilma, com 36% das intenções de voto, a mesma porcentagem de uma pesquisa realizada pelo Datafolha no mês passado, enquanto Aécio caiu do segundo para o terceiro lugar apesar de ainda contar com 20% dos votos.

Como a presidente não obteria mais da metade dos votos, haveria a necessidade de um segundo turno no qual seria derrotada por Marina, que obteria 47% dos votos contra 43% de Dilma, segundo a pesquisa.

Apesar de estarem tecnicamente empatadas, já que a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, esta é a primeira vez que uma pesquisa põe em dúvida a vitória de Dilma no segundo turno.

Caso Aécio supere Marina Silva como segundo mais votado, as eleições também seriam resolvidos no segundo turno, mas nesse cenário Dilma venceria com 47% dos votos, contra 39% do tucano.

O avanço de Marina nas pesquisas, com o dobro de votos que Campos tinha no mês passado, pode ser explicado pela diminuição do percentual de votos brancos e nulos e de eleitores indecisos.

Enquanto no mês passado os que pensavam votar em branco ou anular o voto representavam 13% e os indecisos, 14%, na nova pesquisa, já com Marina como candidata, os votos brancos ou nulos caíram para 8% e os indecisos para 9%.

Marina ainda não foi oficializada como candidata à presidência pelo PSB, mas vários dirigentes socialistas admitiram que essa opção já está decidida e será formalizada na quarta-feira.

Na sua visita à comunidade do Santa Marta, Aécio disse que o PSDB já esperava esse resultado nas pesquisas, mas que o partido considera que, uma vez superado o impacto emocional pela morte de Eduardo Campos, voltará a aparecer como segundo colocado.

"O que ficou claro na pesquisa é que haverá um segundo turno", afirmou ao destacar que pela primeira vez as pesquisas mostram que Dilma dificilmente conseguirá mais da metade dos votos para garantir sua reeleição no primeiro turno.

A morte de Campos representa "uma mudança no plano eleitoral e já se reflete nas enquetes, mas isso não muda nossa convicção que temos o melhor projeto para o Brasil e que por isso estaremos no segundo turno", disse Aécio.

Enquanto o líder tucano festeja que a nova pesquisa afaste a possibilidade de uma possível reeleição fácil de Dilma, porta-vozes governistas destacaram que o surgimento de Marina Silva como importante força eleitoral põe em dúvida que Aécio seja o segundo mais votado.

"Até agora nada afeta a liderança de Dilma. A briga é mais embaixo, pelo segundo lugar. A dúvida é quem poderá disputar um segundo turno com a presidente", afirmou o ex-ministro Fernando Pimentel, candidato do PT ao governo de Minas Gerais e um dos principais colaboradores da chefe de Estado.

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