Polícia das Filipinas apresenta acusações contra rebeldes que atacaram cidade


Manila, 26 set (EFE).- A polícia das Filipinas apresentou acusações contra 114 insurgentes que atacaram a cidade de Zamboanga, no sul do país, no dia 9 de setembro para declarar a independência da região, informou nesta quinta-feira a imprensa local.

O diretor do Grupo de Investigação Criminal, Francisco Uyami, disse que os membros da Frente Moro de Libertação Nacional (FMLN) são acusados de rebelião, assassinato, incêndio criminoso e violações dos direitos humanos, segundo o jornal "The Star".

Entre os acusados se encontra o sobrinho de Nur Misuari, o líder da facção do FMLN que atacou Zamboanga.

Uyami disse que alguns rebeldes foram capturados pelas Forças Armadas das Filipinas, enquanto outros se entregaram voluntariamente às autoridades na semana passada após mais de 10 dias de enfrentamentos com o Exército.

"A operação continua e esperamos que mais rebeldes sejam capturados ou se entreguem", declarou o agente.

No dia 9 de setembro, entre 300 e 400 rebeldes atacaram Zamboanga e sequestraram mais de 180 civis que foram utilizados como escudos humanos, mas a maioria deles foi libertada uma semana depois, após o avanço do Exército.

Os insurgentes ainda mantêm sob sua custódia algumas pessoas, porém, vários reféns foram libertados pelos militares nos últimos dias.

Seis deles foram resgatados ontem à noite, informaram hoje fontes militares, enquanto outros cinco foram libertados na terça-feira, quando oito de seus sequestradores se entregaram às autoridades.

Após 18 dias de enfrentamentos, 148 pessoas morreram: 15 civis, 18 soldados, cinco membros da polícia e 110 militantes do FMLN.

As Nações Unidas expressaram sua preocupação pela situação humanitária em Zamboanga, onde mais de 100 mil filipinos tiveram que abandonar seus lares por causa da violência das últimas duas semanas.

"Estamos cada vez mais preocupados com a situação e as necessidades crescentes das pessoas afetadas pela violência", disse em comunicado a coordenadora humanitária da ONU nas Filipinas, a brasileira Luiza Carvalho.

Segundo números da ONU, os enfrentamentos afetaram 158 mil pessoas, 109 mil pessoas deixaram suas casas e mais de 10 mil imóveis foram destruídos em Zamboanga, enquanto outras 19 mil pessoas abandonaram seus lares na província vizinha de Basilan.

Luiza afirmou que dos 109 mil refugiados em Zamboanga, 70 mil estão no principal complexo esportivo da cidade, um lugar "totalmente abarrotado e com instalações sanitárias insuficientes".

Além disso, assegurou que existe o risco de um surto de doenças, enquanto não há comida suficiente, água potável, serviços de saúde, nem utensílios de cozinha.

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