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Papa agradece Bertone e exalta sua postura nos momentos de adversidade

15/10/2013 10h50

Cidade do Vaticano, 15 out (EFE).- O papa Francisco agradeceu nesta terça-feira o cardeal Tarcisio Bertone, que foi substituído no cargo de Secretário de Estado pelo ex-núncio da Venezuela Pietro Parolin, por toda "sua coragem e paciência" perante as adversidades que teve que enfrentar, uma clara alusão às críticas por sua gestão.

"Querido cardeal Bertone, neste momento, me agrada pensar que, embora houvesse espinhos, Nossa Senhora Auxiliadora não deixou faltar nunca sua ajuda e também não deixará no futuro. Tenha certeza", ressaltou o papa em sua mensagem de despedida ao salesiano.

O papa Francisco recebeu hoje os empregados da Secretária de Estado em um ato que marcou o fim da era Bertone e a posse de seu sucessor Pietro Parolin, que, no entanto, não esteve presente na cerimônia por estar se recuperando de uma operação.

Jorge Bergoglio destacou como Bertone realizou todos os cargos ocupados na Santa Sé "com profundo amor à Igreja e uma grande generosidade, uma típica mistura salesiana que une o sincero espírito de obediência e uma grande liberdade de iniciativa e inventividade pessoal".

As palavras de reconhecimento do papa argentino a Bertone, que viveu momentos difíceis pelo seu suposto envolvimento no escândalo do vazamento dos documentos vaticanos - o chamado Vatileaks -, nos quais era acusado de má gestão e de abuso de poder.

"Desejo ressaltar o comportamento de fidelidade incondicional e de absoluta lealdade a Pedro (ao papa), característica distintiva de seu cargo como Secretário de Estado, tanto com Bento XVI como nestes primeiros meses comigo", acrescentou Francisco.

Apesar da ausência de Parolin, de 54 anos, o papa argentino destacou que ele "conhece muito bem à família da Secretária de Estado, já que o mesmo trabalhou tantos anos com paixão, competência e com aquela capacidade de diálogo, além do tratamento humano que lhe caracteriza".

Parolin chega a uma Secretaria de Estado cujas competências sofrerão importantes variações devido à reforma da Cúria impulsionada por Francisco, que retribui os pedidos feitos pelos cardeais antes mesmo da realização do conclave.

Na primeira rodada de reuniões, realizada nos últimos dias 1, 2 e 3 de outubro, a Comissão de oito cardeais nomeada por Francisco para abordar estas mudanças concluiu que a poderosa Secretaria de Estado "tem que se transformar a todos os efeitos em uma Secretaria do papa", eliminando assim muitas das competências que acumulou ao longo dos anos.