Cantora do Pussy Riot é internada em hospital siberiano

Moscou, 15 nov (EFE).- Uma das condenadas do grupo punk russo Pussy Riot, Nadezhda Tolokónnikova, está internada em uma clínica da região siberiana de Krasnoyarsk, anunciaram nesta sexta-feira os serviços carcerários russos.

"É um hospital comum com muitas seções, mas apenas para presos", informou um porta-voz dos serviços penitenciários de Krasnoyarsk à agência "Interfax".

Nadezhda, que chegou nesta terça-feira a Krasnoyarsk - a 4.400 quilômetros de Moscou - após 26 dias de transferência da prisão da região da Mordóvia, está sendo submetida a uma revisão médico.

Segundo a fonte, o Hospital deTuberculosos de Krasnoyarsk (KTB-1), a maior clínica penitenciária de toda Sibéria, apesar do nome, não atende apenas aos doentes de tuberculose.

"Em geral, Nadia (Nadezhda) está bem. Está sendo examinada e se recuperando após sofrer algumas dificuldades devido à greve de fome. Lê muito e estuda por sua conta", disse à "Interfax" Piotr Verzílov, marido da integrante do Pussy Riot.

Verzílov, que cumpre da mesma forma que María Aliójina dois anos de prisão por encenar uma prece punk no principal templo ortodoxo russo, assegura que ela "está contente com o tratamento recebido e a estrutura do hospital".

"Nadia considera que pode cumprir sua pena na prisão de Nizhni Ingash (IK-50), mas também existe a possibilidade de permanecer no KTB até a conclusão da pena", contou.

O marido da cantora denunciou que a longa duração da mudança de sua esposa foi uma medida de punição por suas denúncias de abusos na prisão da Mordóvia onde esteve internada desde outubro de 2012.

"Nadezhda passou 26 dias viajando. Durante esse tempo, não se comunicou com seus parentes. Normalmente, os transferidos recebem essa possibilidade, mas Nadezhda não dispôs dela. Durante esse tempo esteve em prisões de passagem. Omsk, Tiumén e agora Krasnoyarsk", disse.

Segundo o defensor público Vladimir Lukín, a jovem foi transferida a Krasnoyarsk, já que nasceu nessa região e atualmente está detida na cidade de Norilsk.

Nesta semana, Lukín pediu ao Tribunal Supremo da Rússia revisar a sentença da cantora em linha com o recurso apresentado pelos advogados da jovem, acrescentando que a pena "é muito severa para sua falta".

"Foi uma falta de caráter local. Foi cometido em um templo. Claro, foi uma ação incorreta, mas merece um castigo administrativo, não uma sanção penal", disse.

No final de setembro, Nadezhda se declarou em greve de fome para exigir sua mudança para outra prisão após denunciar os abusos na prisão da Mordóvia onde estava internada.

A artista e ativista denunciou na imprensa russa ameaças de morte por parte de companheiras de cela e a administração da prisão e os abusos, os maus tratos e as torturas a que são submetidas permanentemente as presidiárias.

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