Transformação da Venezuela vai além de mudança de governo, diz Capriles

Em Bogotá

  • Juan Barreto

    Líder da oposição venezuela, Henrique Capriles, disse que transformação do país vai além da mudança política

    Líder da oposição venezuela, Henrique Capriles, disse que transformação do país vai além da mudança política

O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, afirmou nesta sexta-feira (28) que a transformação de seu país vai além de uma mudança política, ao dizer que a Venezuela sustenta um "modelo fracassado" e o responsável por isso é o presidente Nicolás Maduro.

"Eu acho que a mudança na Venezuela é mais complexa que uma mudança de governo, é preciso mudar também os poderes públicos porque o país tem que dar um giro. Temos um modelo fracassado e grande parte do problema, sem dúvida alguma, é Nicolás Maduro", criticou Capriles em entrevista à emissora colombiana "RCN".

Capriles acrescentou que "o país vai rumo a um desastre econômico terrível".

"O responsável por isso, o primeiro responsável, é Nicolás Maduro e seu governo. Ou muda ou nós venezuelanos temos a força, de maneira organizada, para mudar de governo e para isso existe a Constituição", reiterou, lembrando que essas mudanças devem ser constitucionais, democráticas, pacíficas e com o apoio popular no processo eleitoral.

Capriles disputou e perdeu, no fim de 2012, a eleição para presidente contra Hugo Chávez, e hoje é governador do estado de Miranda e líder da ala mais moderada da oposição venezuelana.

O político reivindicou uma mudança de atitude de Maduro. "Diálogo significa escutar, ceder e pôr todo o esforço em resolver os problemas, mas se o governo acreditar que o problema vai se resolver com gases, balas e repressão isto vai continuar", alertou.

Segundo Capriles, o governo de Maduro, que convocou na quarta-feira uma Conferência Nacional de Paz, teve uma resposta violenta contra os manifestantes nas últimas semanas.

"Se o governo fala de paz e horas depois reprime e continua com a mesma atitude, parece impossível chegar a algum acordo", apontou Capriles.

E sobre a conferência convocada pelo presidente venezuelano, manifestou que, apesar de ter acontecido na quarta-feira, "ontem os estudantes continuaram nas ruas, fizeram pedidos que o governo não dá resposta porque para o governo são inegociáveis, como a libertação de seus companheiros" detidos.

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