Lagos, 6 mai (EFE).- Vários homens armados, supostamente membros da milícia radical islâmica Boko Haram, sequestraram outras oito meninas de entre 12 e 15 anos em uma cidade do norte da Nigéria, informa nesta terça-feira o jornal local "The Vanguard", que cita testemunhas.

O sequestro, ocorrido na noite de domingo na cidade de Warabe, foi conhecido um dia depois que o Boko Haram assumiu o rapto de mais de 200 meninas em um escola em Chibok, também no norte do país, ataque perpetrado em 14 de abril.

Uma testemunha citada pelo jornal relatou que mais de 20 homens armados atacaram Warabe e levaram oito menores em vários veículos.

No ataque, no qual não houve vítimas mortais, os supostos terroristas roubaram gado e alimentos dos moradores da cidade, antes de fugir para a zona fronteiriça com Camarões.

A autoria do sequestro não foi assumida por nenhum grupo, mas supeita-se que pode ser obra do Boko Haram, autor de vários ataques no estado de Borno (ao qual pertence Warabe), base espiritual e de operações da milícia islâmica.

Além disso, este grupo armado divulgou ontem um vídeo no qual foi atribuído o sequestro de mais de 200 estudantes, que asseguraram que iriam ser vendidas no mercado.

No vídeo, o líder do grupo fundamentalista, Abubakar Shekau, anunciou que "em breve" haveria mais ataques.

Boko Haram, que significa em línguas locais "a educação não islâmica é pecado", luta por impor a "sharia" ou lei islâmica na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.

Desde que a polícia acabou em 2009 com o líder de Boko Haram Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já deixou mais de três mil mortos.

Com cerca de 170 milhões de habitantes integrados em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais povoado da África, sofre múltiplos tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.