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Autoridades mexicanas resgatam 500 vítimas de abusos em abrigo

Na Cidade do México

16/07/2014 03h22

O Exército e a Polícia Federal do México resgataram nesta terça-feira mais de 500 crianças que se encontravam em uma casa de acolhimento no Estado de Michoacán, no sudoeste do México, onde viviam em condições deploráveis e sofriam abusos sexuais, informaram fontes oficiais.

O procurador-geral do México, Jesús Murillo, relatou em entrevista coletiva que o resgate ocorreu após uma revista na casa de acolhimento La Gran Familia, na cidade de Zamora, depois de várias denúncias.

No lugar, que funcionava há 40 anos, havia desde recém-nascidos até maiores de 40 anos que dormiam no recinto, eram obrigados a pedir esmolas e sofriam abusos sexuais.

Murillo acrescentou que, uma vez que se constatou o estado do abrigo, "teve que agir para começar a eliminar as pragas que havia no local, como ratos e insetos, para poder deixá-lo em boas condições".

 

Tomás Zerón, titular da Agência de Investigação Criminal da Procuradoria-Geral da República, detalhou que a incursão das forças federais foi resultado de "pelo menos 50 denúncias contra os administradores da casa, principalmente a senhora Rosa del Carmen Verduzco, por privação ilegal da liberdade".

Zerón informou que a casa de acolhimento é constituída por um internato que abriga até 600 pessoas, desde recém-nascidos até gente com mais de 40 anos de idade.

"Durante a investigação foram ouvidas testemunhas e vítimas que tiveram relação com (o abrigo) La Gran Familia e que relatam diversos abusos físicos e psicológicos por parte de Rosa del Carmen Verduzco e de alguns funcionários", disse.

Entre os abusos, "os internos eram obrigados a pedir dinheiro em casas e nas ruas, eram alimentados com comidas estragadas, tinham que dormir no chão no meio da imundície, sofriam abusos sexuais e eram proibidos de deixar as instalações".

Além disso, os bebês nascidos no local foram registrados como filhos da fundadora, "sem que ela permitisse que os pais pudessem ter alguma tutela dos menores, argumentando que os deixaria ir quando atingissem a maioridade".

Zerón informou que a operação deteve Rosa del Carmen e oito colaboradores, que já estão sendo interrogados pelo Ministério Público como suspeitos de maus-tratos e agressões sexuais.