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Primeiro-ministro da Ucrânia renuncia ao cargo

Ian Langsdon/EFE
Imagem: Ian Langsdon/EFE

Em Kiev

24/07/2014 12h44

O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia aos deputados da Rada Suprema (parlamento) do país depois que o UDAR e o Svoboda, dois dos três partidos da base de apoio a seu governo, deixaram a coalizão parlamentar.

"Anuncio minha renúncia devido à ruptura da coalizão e o bloqueio (no parlamento) das iniciativas do governo", afirmou Yatseniuk aos deputados.

O UDAR e o Svoboda informaram pouco antes sua saída da coalizão de maioria parlamentar para acelerar a convocação de eleições legislativas antecipadas, às quais o Batkivshina, partido de Yatseniuk e da ex-primeira ministra Yulia Tymoshenko, se opunha.

O premiê justificou sua decisão com o voto negativo da Rada de um pacote de leis que, segundo ele, "deveriam encher os cofres orçamentários".

"É compreensível. Quem iria concorrer às eleições e votar ao mesmo tempo leis impopulares? Colocar o interesse político acima do destino do Estado é intolerável. É um crime moral e ético", afirmou Yatseniuk.

O governo ucraniano não conseguiu hoje o apoio da maioria dos deputados a uma reforma tributária que teria aumentado os impostos e para o projeto de lei que teria permitido vender a investidores estrangeiros metade de todos os gasodutos ucranianos.

"Não foram votadas as leis e não há dinheiro para pagar policiais, médicos, professores. Não há dinheiro para comprar um fuzil, para pôr combustível nos tanques", lamentou Yatseniuk, citando as necessidades do exercito ucraniano para custear a campanha militar contra os separatistas pró-Rússia no leste do país.

Por sua vez, o presidente da Rada e também membro do Batkivshina, Alexander Turchinov, pediu às duas legendas que romperam o pacto para "que apresentem imediatamente suas candidaturas ao posto de primeiro-ministro interino, que ficará à frente do governo até a realização das eleições parlamentares".

A Constituição da Ucrânia diz que se no prazo de 30 dias não for formada uma nova coalizão de maioria, o chefe de Estado pode dissolver o parlamento e convocar eleições legislativas.