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Suposto nazista Johann Breyer morre nos EUA aos 89 anos

De Washington

24/07/2014 04h56

Johann Breyer, suspeito de ter trabalhado como guarda no campo de concentração de Auschwitz, no sul do atual território da Polônia, morreu na terça-feira (22) em um hospital da Filadélfia (EUA), horas antes de um juiz autorizar sua extradição à Alemanha para ser julgado por supostamente ter participado do extermínio de mais de 200 mil judeus, informou seu advogado para a imprensa local nesta quarta-feira.

Breyer, um operário especializado na fabricação de ferramentas, foi detido em junho em sua residência na Filadélfia. Seu advogado pediu sua libertação em uma audiência no dia 18 de junho, devido a sua saúde debilitada e a sinais incipientes de demência. O pedido foi negado por um juiz devido à "grave natureza dos crimes que cometeu".

No sábado (19), Breyer foi internado no hospital Thomas Jefferson da Filadélfia por problemas de saúde não especificados.

O suposto nazista admitiu ter trabalhado como guarda em Auschwitz, mas garantiu que seus trabalhos se limitavam à área externa do campo de extermínio e que não participou de nenhum crime, nem tinha conhecimento do genocídio.

Suspeito morava nos Estados Unidos

Breyer se mudou para os Estados Unidos em 1952 e as autoridades tentaram revogar sua a nacionalidade americana e deportá-lo nos anos 1990, depois que foi descoberto seu vínculo com o nazismo.

Essas tentativas fracassaram depois que um juiz apontou que Breyer era filho de uma cidadã americana e opinou que ele foi forçado a se juntar às forças nazistas alemãs, a famigerada SS.

Seu caso foi reaberto depois que o juiz federal alemão a cargo dos crimes de guerra durante o nazismo apresentou provas de que Breyer tinha chegado a Auschwitz antes do que ele tinha afirmado.

Os promotores alemães queriam julgá-lo por 158 acusações de ajuda e instigação ao assassinato, uma para cada um dos 158 trens carregados com judeus que morreram nas câmaras de gás de Auschwitz em 1944.

Breyer se mudou para a Filadélfia depois da Segunda Guerra Mundial e viveu uma vida tranquila com sua mulher, filhos e netos até que, nos anos 1990, os EUA tentaram revogar sua cidadania, obtida através de sua mãe, uma americana que emigrou para a Europa.