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Mercosul se reunirá em cúpula pensando no futuro de suas alianças econômicas

28/07/2014 22h31

Caracas, 28 jul (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores do Mercosul finalizaram nesta segunda-feira os detalhes da cúpula que amanhã os presidentes do bloco ajustarão para promover alianças econômicas com outros mecanismos e avançar em um acordo com a União Europeia, entre os temas de maior destaque da agenda.

Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela levarão seus presidentes para a primeira reunião com todos os membros do bloco desde a entrada desse último em meados de 2012, quando aconteceu sua aceitação no meio da crise institucional vivida pelo Paraguai.

Esta também será a primeira cúpula com a participação do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, desde que foi eleito no ano passado e desde a suspensão de meados de 2012 deste país como membro, após a controversa cassação do então líder Fernando Lugo.

Além da transferência da presidência pro tempore da Venezuela à Argentina, os chefes de Estado avaliarão o processo de ingresso como membro pleno da Bolívia, país associado ao bloco.

Também será abordado o processo de alianças com Petrocaribe, processo de integração energética impulsionado pela Venezuela e a Aliança Bolivariana (Alba) para conseguir uma "grande zona econômica".

O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Elías Jaua Milano, apresentou hoje um relatório com os lucros do bloco durante a presidência venezuelana. Ele destacou a criação dessa zona econômica com os outros blocos regionais em que participa seu país como um dos grandes feitos da Venezuela durante seu ano de presidência.

A presidente Dilma Rousseff antecipou que irá propor a antecipação para este ano da adoção de um tratado de livre-comércio entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, acordo comercial que associa Chile, Peru, México e Colômbia.

O Brasil quer que o acordo que elimina tarifas entre ambos os blocos entre em vigor antes do fim deste ano e não em 2019, data negociada inicialmente.

O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, fez menção à entrada da Bolívia no bloco afirmando ser "notável o rigor técnico dos bolivianos e a determinação política para avançar com prioridade no processo de adesão".

Já o chanceler argentino, Héctor Timerman, ressaltou durante seu discurso na reunião preparatória a necessidade de que o bloco se mobilize "de maneira decidida" na busca de uma reforma do sistema financeiro internacional, a liderança "que se requer para a consolidação de uma verdadeira união latino-americana".

"Isto implica no desafio de impulsionar um diálogo mais estreito com outros blocos da região e explorar possíveis trajetórias de convergência", garantiu sobre um dos temas centrais da cúpula de amanhã.

Por sua vez, o chanceler uruguaio, Luis Almagro, convocou os demais ministros a trabalhar em uma melhoria da "racionalização da institucionalidade" no bloco.

O ministro venezuelano garantiu que o Mercosul é um mecanismo aberto a se relacionar com todos os bloco econômicos e comerciais do mundo.

"No entanto, a resolução mais importante desta cúpula (...) é avançar e já criar os mecanismos para promover a constituição do espaço econômico e complementar com o Caribe", acrescentou Jaua.

A 46ª Cúpula não ocorreu em 17 de dezembro, como estava prevista, por problemas de saúde da presidente argentina, Cristina Kirchner, e, depois, por problemas de agenda de outros líderes, assim como pela crise política com protestos antigovernamentais vividos na Venezuela no começo do ano.