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Ucrânia impõe imposto de guerra para custear ofensiva contra rebeldes

Em Kiev

31/07/2014 15h08

A Ucrânia impôs nesta quinta-feira (31) um imposto de guerra de 1,5% sobre o salário mensal das pessoas físicas para custear o conflito com os rebeldes pró-russos, já que representa uma grande carga para os cofres do Estado.

"Serão 15 grivnas por cada mil. Esse é o imposto de guerra, embora eu prefiro chamá-lo de imposto para o restabelecimento da paz no país", assegurou o deputado governista Sergei Sobolev, autor da iniciativa.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, cifrou hoje em 70 milhões de grivnas (US$ 5,6 milhões) diários o custo da operação antiterrorista para a luta contra os rebeldes pró-russos nas regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk, que começou em abril.


O imposto de guerra faz parte das novas leis sobre orçamento e política fiscal aprovadas hoje pela Rada Suprema (parlamento) depois que o atual primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, ameaçou renunciar se essas medidas de ajuste não fossem ratificadas.

"Hoje há duas notícias na economia mundial. A primeira é que a Argentina apresentou moratória. A segunda, que a Ucrânia não a apresentou e que nunca fará", disse Yatseniuk depois que os deputados o confirmassem no cargo de maneira arrasadora.

No entanto, nem todos apoiaram o imposto, já que Oleg Tiagnibok, líder do partido nacionalista ucraniano Sbovoda (Liberdade) e antigo membro da coalizão majoritária, opinou que a guerra deveria ser financiada pelos empresários.

"Não são os ucranianos que devem pagar este imposto. Os ucranianos já custeiam os coletes anti-balas, os capacetes e os uniformes de seus filhos e amigos. O imposto deveriam ser pagos pelos oligarcas que nos levaram a esta situação", disse.

A lei estipula que aqueles cidadãos que têm ingressos anuais no ano passado entre as 500 mil (US$ 40 mil) e 100 milhões de grivnas (US$ 8 milhões) paguem entre 10% e 25% de imposto de guerra.