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Familiares de mineradores soterrados na Nicarágua esperam por um milagre

Deslizamento deixa 24 trabalhadores presos em mina na Nicarágua - Inti Ocon/AFP
Deslizamento deixa 24 trabalhadores presos em mina na Nicarágua Imagem: Inti Ocon/AFP

Em Manágua

31/08/2014 21h30

As autoridades da Nicarágua continuam neste domingo as buscas pelo garimpeiros que estão presos desde quinta-feira em uma velha jazida de ouro na cidade de Bonanza, no Caribe norte, em meio a angústia dos familiares das vítimas, que esperam por um "milagre".

Os trabalhos de busca das equipes de resgate, que foram retomados ao meio-dia de sábado, tornaram-se "difíceis" por causa da umidade do terreno e das altas temperaturas dentro da mina, explicou a primeira-dama e porta-voz do governo, Rosario Murillo.

"Há um grande calor e isso faz com que (as equipes de resgate) tenham que estar a cada hora ou hora e meia se revezando com os colegas", explicou a funcionasse.

O vice-ministro nicaraguense de Governo, Carlos Najar, em um relatório entregue às autoridades, advertiu que as condições de trabalho das equipes de socorro "são verdadeiramente sufocantes", o que dificulta a busca.

As equipes de socorro recuperaram na noite de sexta-feira 20 garimpeiros.

Os familiares dos sete operários que aparentemente continuam presos esperam angustiados nos arredores da mina por um "milagre" para que seus parentes sejam resgatados com vida.

Antonia Rodríguez, mãe do mineiro Juan Carlos Barreira, disse aos jornalistas que tem fé em Deus de que as equipes de resgate encontrarão seu filho com vida. "Estamos esperando um milagre", disse.

Familiares e amigos dos mineiros soterrados instalaram pequenas barracas ao redor da jazida, onde rezam.

As equipes de resgate instalaram um sistema de escadas para conseguir um ponto de contato físico com os operários e dali começaram a tirar os 20 já localizados. Esse trabalho de resgate foi difícil pela fragilidade do solo e o trabalho exigiu muita precisão, paciência e cuidado, disse aos jornalistas o delegado do governo no litoral Caribe, Lumberto Campbell.

De acordo com Murillo, "os socorristas detectaram um abismo de mil metros de profundidade".

Os trabalhos de busca são coordenados pelo Sistema Nacional para Prevenção, Mitigação e Atendimento de Desastres.