Topo

Rússia adverte que responderá às novas sanções da UE

Em Moscou

06/09/2014 06h44

A Rússia advertiu neste sábado (6) que responderá à nova rodada de sanções estipuladas nesta sexta-feira (5) pela União Europeia em retaliação ao papel atribuído a Moscou na crise da Ucrânia. As sanções serão adotadas na próxima segunda-feira.

"Haverá sem dúvida uma reação da nossa parte", assinalou um comunicado da chancelaria russa, que lamentou a UE ter tomado a decisão de ampliar a punição a Moscou no mesmo dia do início do processo de paz no leste da Ucrânia.

"De fato, o anúncio da iminente ampliação das sanções anti-russas foi a primeira reação da UE à reunião do Grupo de Contato para resolver a crise na Ucrânia e os acordos ali alcançados, que permitem fazer uma transição para um leito pacífico da vida de todos os ucranianos", ressaltou a diplomacia russa.

A chancelaria advertiu que, com sua decisão, "a União Europeia enviou de fato um sinal de apoio ao 'partido da guerra' de Kiev, que não se satisfez com os resultados da reunião em Minsk".

"Em vez de buscar desesperadamente uma maneira de golpear a economia de seus próprios países e da Rússia, a UE poderia se ocupar de ajudar o ressurgimento econômico e a recuperação do Donbass (zona que aglutina as regiões rebeldes ucranianas de Donetsk e Lugansk)", apontou o comunicado.

No entanto, a UE deixou claro ontem que as novas sanções contra a Rússia poderão ser suspensas se o cessar-fogo pactuado no leste da Ucrânia se provar estável e verificável.

Os países da UE concordaram em endurecer as sanções econômicas que já pesavam sobre a Rússia desde julho nos mercados de capital, defesa, produtos de uso dual e tecnologias sensíveis, informaram fontes diplomáticas.

E acordaram estender a restrição de acesso a financiamento nos mercados de capitais dos grandes bancos estatais a consórcios russos de defesa e energia controlados em pelo menos 51% pelo Estado ou cuja receita se originem de pelo menos 50% da venda de petróleo ou produtos petroleiros.

Também pactuaram encurtar de 90 para 30 dias o vencimento dos instrumentos financeiros que poderiam comprar e vender, além de proibir os empréstimos para bancos controlados pelo Estado russo, para as empresas energéticas e de defesa.

Serão ainda proibidos os serviços associados para atividades de perfuração em águas profundas, exploração no Ártico e produção de petróleo de xisto.

A UE endureceu a proibição de tecnologias de uso dual - produtos que têm propósitos civis como militares - para a Rússia ao incluir além dos usuários finais militares os "usuários finais".

Pouco antes do anúncio da UE sobre as sanções à Rússia, a Ucrânia e os rebeldes pró-Rússia acordaram, com mediação russa e europeia, um cessar-fogo que entrou em vigor às 18h (local, meio-dia em Brasília) de ontem.

O protocolo para o cessar-fogo, considerado o primeiro passo para um plano de paz por períodos, prevê o controle internacional da cessação de hostilidades, prevê o controle internacional da cessação de hostilidades, monitorado pela OSCE, e a troca de prisioneiros, que poderia começar hoje mesmo.

Também está prevista para hoje a abertura do primeiro corredor humanitário para permitir a entrada de um comboio na zona do conflito com ajuda russa, integrado por pelo menos dez caminhões.