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Duas filiais da Al Qaeda pedem união de jihadistas contra coalizão dos EUA

16/09/2014 12h52

Cairo, 16 set (EFE).- Duas filiais do grupo Al Qaeda - na Península Arábica e no Magreb Islâmico - deram nesta terça-feira seu apoio aos jihadistas no Iraque e na Síria contra os ataques da previstos pela nova coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Em comunicado divulgado em fóruns islamitas, ambos os grupos pediram às facções jihadistas que encerrem os enfrentamentos entre si, e "se unam contra a campanha americana e de seu aliado diabólico".

"Transformem a união das nações infiéis contra vocês em um motivo para que vocês se unam contra eles", afirmaram duas filiais da Al Qaeda, que ameaçaram com "dias negros" os integrantes da coalizão.

Elas também pediram que "todos os que lutaram contra (o presidente) Bashar al Assad não sejam aliados dos Estados Unidos contra os mujahedins".

Washington pretende usar o apoio de rebeldes moderados para lutar contra o Estado Islâmico (EI) na Síria, e armar milícias sunitas tribais para o combate ao grupo no Iraque.

As facções jihadistas sofreram uma cisão no ano passado. O braço da Al Qaeda na Síria, a Frente al Nursa, não se submeteu ao comando do EI, que iniciava o levante no país.

Desde então, a Frente al Nursa, junto com outras brigadas rebeldes moderadas e islamitas, combate o EI na Síria, causando milhares de mortos em ambos os grupos.

As filiais da Al Qaeda na Península Arábica e no Magreb Islâmico pediram, além disso, à "umma" (nação muçulmana) que rejeite "as chamadas dos governadores apóstatas e dos ulémas desviados que pedem apoio aos Estados Unidos".

Também insistiram que os muçulmanos dos países que deram respaldo à coalizão que "impeçam com todos os meios legítimos que seus governos participem desta guerra contra o islã".

Além disso, o texto ameaça os membros da coalizão, a qual chama de "ateísta e má".

"Dias negros estão lhes esperando. Vocês já provaram as espadas dos soldados do islã e a derrota através de suas mãos", acrescentaram os grupos extremistas.

Ontem, trinta países se comprometeram em Paris a apoiar o Iraque na luta contra o EI, incluindo o envio de militares para ajudar no combate.

A aviação francesa começou ontem mesmo a efetuar voos de reconhecimento sobre o Iraque, enquanto os EUA lançaram o primeiro bombardeio contra os jihadistas perto de Bagdá.