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Irã e Grupo 5+1 retomam negociações nucleares na busca de um acordo

20/09/2014 00h43

Nações Unidas, 19 set (EFE).- O Irã e as potências do Grupo 5+1 retomaram formalmente nesta sexta-feira as negociações sobre o polêmico programa nuclear do país persa, que continuarão durante os próximos dias à margem da Assembleia Geral da ONU com a pretensão de fechar um possível acordo em um prazo máximo de dois meses.

Após dois dias de entrevistas preparatórias em Nova York, as duas partes mantiveram hoje um primeiro encontro na sede das Nações Unidas, com o qual puseram um fim no recesso que imperava sobre as discussões desde julho.

O processo continuará ao longo da próxima semana com reuniões em diferentes níveis e com a possibilidade que haja negociações em nível ministerial se o diálogo avançar.

"Estamos entrando na fase crucial das negociações", disse hoje o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, que defendeu que é momento de que o Irã dê um passo à frente e afronte os assuntos centrais da discussão.

Há anos, a comunidade internacional pressiona Teerã perante o temor que esteja tentando desenvolver armas atômicas, algo que suas autoridades sempre negaram.

Nas negociações com o Irã participam os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, França, China e Reino Unido) junto à Alemanha, que reiteraram sua disposição a suspender as sanções impostas a Teerã em caso de acordo.

As novas conversas chegam em um ambiente pessimista após a infrutífera rodada de negociações realizada em julho e com a atenção voltada já para o dia 24 de novembro, a data limite que as duas partes se impuseram para tentar resolver o imbróglio.

Uma fonte diplomática ocidental assegurou que as conversas bilaterais - entre elas as mantidas entre EUA e Irã - foram "construtivas" e permitem seguir adiante com as discussões técnicas e políticas.

O Irã, por sua parte, insiste que segue havendo diferenças importantes, mas se diz comprometido a resolvê-las.

Entre as questões pendentes figuram as inspeções que o Irã admitiria em um eventual acordo, o enriquecimento de urânio, o caso da usina de água pesada de Arak e o do complexo nuclear de Fordow.

Ao longo dos próximos dias se esperam reuniões em diferentes níveis, incluída uma mais que provável entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Yavad Zarif.

E embora não esteja prevista, também não se descarta uma conversa entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e seu colega iraniano, Hassan Rohani, segundo fontes diplomáticas.

Há precisamente um ano, ambos líderes protagonizaram uma aproximação histórica que despertou as esperanças de resolução para o litígio nuclear.