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Israel mata 2 suspeitos do sequestro de 3 jovens que gerou ofensiva

Da Efe, em Jerusalém

23/09/2014 04h15Atualizada em 23/09/2014 07h37

As tropas israelenses mataram nesta terça-feira (23) os dois principais suspeitos de capturar e assassinar três estudantes israelenses no último dia 12 de junho em um cruzamento próximo à colônia de Gush Etzion, na Cisjordânia. Segundo um comunicado, ambos morreram baleados durante uma operação realizada nos arredores da cidade de Hebron, da qual participaram soldados do Exército e dos serviços secretos.

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

O desaparecimento e morte dos três rapazes, que desde o primeiro momento o governo israelense colocou sobre os ombros do Hamas, foi um dos fatores detonantes da devastadora ofensiva Limite Protetor, que Israel lançou sobre Gaza. 

Na operação militar, que começou uma semana após os corpos terem sido encontrados, morreram mais de 2.100 palestinos e ficaram feridos cerca de 11 mil, em sua grande maioria civis e 25% deles menores de idade. Além disso, morreram 67 soldados israelenses, dois civis - um deles uma criança - e um trabalhador estrangeiro, estes últimos atingidos por algum dos milhares de projéteis lançados da faixa de Gaza.

A versão da Inteligência interna (Shin Bet) assegura que unidades de elite foram ao local "com a intenção de prender" os suspeitos, mas que sua chegada provocou um tiroteio no qual Amar Abu Eisha e Marwan Kawasmeh morreram.

O fato dificulta a investigação para saber se atuaram no sequestro por ordem direta da liderança do Hamas, como denuncia Israel, ou se o fizeram por sua própria conta, como deram a entender altos comandantes do citado movimento islamita.


Ainda segundo a nota, durante a operação também foram detidos Bashar Kawasmeh, Mahmed Kawasmeh e Taar Kawasmeh, filhos do terceiro suspeito, Hussam Kawasmeh, que já está na prisão acusado de planejar o crime. De acordo com a acusação, Kawasmeh financiou e criou o plano junto a seu irmão Mahmoud, que foi libertado de uma prisão israelense na troca pelo soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado em 2005.

Gilad Sha'er, Naftalí Frenkel e Eyal Yifrach - dois deles menores de idade - desapareceram em 12 de junho quando tentavam pegar carona para retornar a sua casa após sair da escola religiosa na qual estudavam perto de Hebron. 

Seus corpos foram encontrados três semanas depois, baleados em um descampado próximo à referida cidade palestina, com sinais que apontavam que tinham sido assassinados no mesmo dia da captura e após uma ampla operação militar israelense de busca, na qual participaram milhares de soldados.

O triplo assassinato suscitou ataques por vingança contra os palestinos em Jerusalém por parte de grupos ultranacionalistas judeus, em um dos quais foi capturado e assassinado Mohamad Abu Jedeir.

O adolescente de 16 anos foi apanhado no bairro de Suafat, em Jerusalém Oriental, queimado vivo e seu corpo acabou abandonado em uma floresta do oeste da cidade santa. Desde então, o local é cenário de um crescente clima de tensão, com protestos e detenções diárias de palestinos e ataques às colônias judaicas.

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