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Protestos reúnem número recorde de manifestantes em feriado nacional na China

01/10/2014 09h14

Hong Kong, 1 out (EFE).- Os protestos pró-democráticos de Hong Kong reuniram a maior multidão dos últimos dias, dezenas de milhares de pessoas, ajudados pelo feriado nacional desta quarta-feira, em um ambiente tranquilo sem nenhum tipo de atividade policial.

Os manifestantes se reuniram em diferentes pontos do centro administrativo e financeiro, e também em novas áreas da cidade. Não foram divulgados números oficiais de pessoas reunidas.

Os diversos pontos do protesto incluem palcos de onde quem quiser poderia falar ao microfone para explicar a adesão aos protestos e em defesa das liberdades civis de Hong Kong.

Brenda, um dona de casa de 38 anos, explicou à Agência Efe que decidiu ir com seus filhos porque há dias assiste os protestos pela televisão e achou que hoje deveria apoiar as manifestações para "que meus filhos não percam suas liberdades no futuro".

O protesto desta quarta se estendeu à zona comercial da ilha, muito frequentada por chineses da porção continental que vão até ali comprar bens de luxo a um preço mais baixo.

Horton, um estudante de 25 anos, assinalou que "Hong Kong não está contente e quer que os turistas chineses, submetidos a uma censura brutal, também saibam disso", explicou.

Esta jornada, realizada no Dia Nacional da China, começou com tensão pela participação do chefe executivo do território, Cy Leung Chung-ying, da cerimônia oficial.

Leung brindou junto a um grupo de políticos nesta manhã após o hasteamento da bandeira chinesa, à qual, de forma silenciosa e ordenada, um grupo de alunos do ensino médio reunidos na organização Scholarism deram as costas em protesto.

Com as mãos em alto em forma de cruz, e com fitas amarelas marcadas na roupa, transformadas em outro símbolo desta revolução dos guarda-chuvas, os membros da Scholarism permaneceram calados durante alguns segundos enquanto os políticos brindaram.

Leung, que tem a renúncia pedida com cada vez mais insistência, disse aos manifestantes que a reforma eleitoral, aprovada em agosto por Pequim e que foi o estopim para os protestos dá mais possibilidades de participação democrática como a que há no resto da China, embora não permita o sufrágio universal total.