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Começam operações de retirada da cobertura do reator 1 de Fukushima

22/10/2014 02h22

Tóquio, 22 out (EFE).- A usina nuclear de Fukushima começará nesta quarta-feira um longo e delicado processo de retirada da cobertura que envolve o reator 1, de modo a evitar a dispersão de material radioativo no ar antes do desmantelamento total da unidade.

A operadora da usina, Tokyo Electric Power (TEPCO) informou que vários operários perfurarão meia centena de buracos no teto da cobertura.

Este revestimento de poliéster foi colocado há três anos sobre o edifício do reator para ajudar a reduzir as emissões radioativas. Ele sofreu uma explosão por causa da concentração de hidrogênio no acidente de 2011.

Através desses buracos será inserido um produto químico para fixar o pó que está em suspensão no edifício e evitar que as partículas radioativas se espalhem no ar quando o revestimento for retirado.

A TEPCO anunciou inicialmente que a retirada da cobertura começaria em julho, mas decidiu adiá-la porque foi detectada a presença de material radioativo em arrozais próximos à usina, aparentemente pelo pó levantado na retirada de escombros que circundavam o reator 3.

O passo seguinte será a retirada parcial, na semana que vem, da parte superior da cobertura para checar se o pó se dispersa ou não.

As operações em grande escala para tirar o revestimento não será iniciada antes de março de 2015.

A retirada dos escombros deixados pela explosão de hidrogênio começará em 2016, e em 2017 o objetivo é começar a retirar as barras de urânio da piscina de combustível que há no edifício do reator.

A parte mais difícil, a retirada do urânio parcialmente fundido da unidade de fusão ainda não tem data prevista, pois seu interior ainda não pôde ser acessado devido aos altíssimos níveis de radiação.

Devido à enorme complexidade do processo calcula-se que o desmantelamento total dos reatores de Fukushima deve levar entre 25 e 35 anos.

O acidente em Fukushima, provocado pelo terremoto e tsunami de março de 2011, foi o pior desde o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Suas emissões e vazamentos radioativos ainda mantêm milhares de pessoas que viviam em torno da central fora de suas casas, e afetaram gravemente a agricultura, a pesca e a pecuária local.