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Estado Islâmico divulga vídeo com refém britânico supostamente em Kobani

Fotojornalista britânico John Cantlie - AFP
Fotojornalista britânico John Cantlie Imagem: AFP

Em Beirute

28/10/2014 09h32

O refém britânico John Cantlie apareceu em um novo vídeo do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), divulgado nesta terça-feira na internet, no qual o jornalista diz estar no enclave curdo sírio de Kobani.

Na gravação, de cinco minutos e 32 segundos, Cantlie, vestido com uma camisa preta, interpreta um repórter que apresenta a visão dos extremistas sobre a batalha pelo controle da cidade.

O britânico diz que está "no coração da chamada zona de segurança do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), que agora está sob o controle do EI".

O refém indica que é possível ver a Turquia ao fundo da imagem, já que Kobani fica na fronteira entre os territórios sírio e turco. O vídeo mostra imagens aéreas que de Kobani, provavelmente gravadas por um drone.

11.ago.2014 - Cidades sob controle do Estado Islâmico no Iraque e na Síria - Arte UOL - Arte UOL
Cidades sob controle do Estado Islâmico ou sob ameaça de ataques na Síria e Iraque
Imagem: Arte UOL

Ao longo do vídeo, o EI, através de Cantlie, nega que tenha recuado em Kobani e garante que tem o controle dos setores leste e sul da cidade.

O grupo jihadista critica a forma como a imprensa ocidental informa sobre os fatos da cidade porque não há correspondentes no local e suas únicas fontes são os curdos e as autoridades dos EUA.

Durante a gravação, é possível escutar disparos ao longe, que Cantlie classifica como esporádicos, já que quase não há mais confrontos em Kobani porque "não há nem peshmergas nem milicianos das Unidades de Proteção do Povo Curdo, só há mujahedins" do EI.

Cantlie, sequestrado em novembro de 2012, já apareceu em vários vídeos de propaganda dos jihadistas.

O jornalista freelancer, natural do condado de Surrey (sudoeste de Londres), trabalhou para vários meios de comunicação britânicos, entre eles "The Sunday Telegraph" e "The Sunday Times".

O Estado Islâmico executou os voluntários britânicos Alan Henning e David Haines, assim como os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff.