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Donetsk e Lugansk elegem Zakharchenko e Plotnitski como líderes separatistas

03/11/2014 08h08

Moscou, 3 nov (EFE).- Os líderes rebeldes Aleksandr Zakharchenko e Igor Plotnitski foram escolhidos como chefes das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, respectivamente, após receberem mais de 63% dos votos nas eleições separatistas realizadas no domingo.

Zakharchenko, de 38 anos, recebeu mais de 765 mil votos, enquanto o partido que ele lidera, a República de Donetsk, foi a vencedora das eleições para o parlamento separatista, segundo informou nesta segunda-feira a Comissão Eleitoral Central.

Plotnitski conseguiu mais de 440 mil votos na região vizinha e seu partido, Paz em Lugansk, também teve uma vitória sem contestações, informam as agências russas.

Líder separatista em Donetsk desde agosto, Zakharchenko liderou a defesa de Donetsk desde a explosão da revolta militar e inclusive foi ferido nos combates com as forças leais a Kiev.

"Estamos dispostos ao diálogo, mas esperamos delas (as autoridades ucranianas) atuações adequadas e normais", disse na noite de domingo, após o fechamento dos colégios eleitorais.

Zakharchenko também negou que as eleições representem uma violação dos acordos assinados em Minsk, capital de Belarus, em setembro, que contemplam tanto uma declaração de cessar-fogo como a criação de uma zona desmilitarizada.

"Em Minsk, assinamos um documento que diz que podemos realizar eleições livres em nossa terra. Não estabelecia nem datas nem formatos, também não estipulava com clareza que deveriam ser realizadas segundo a legislação ucraniana", comentou.

Plotnitski, de 50 anos, foi o primeiro ministro da Defesa separatista em Lugansk. Em agosto, assumiu o cargo de líder da autoproclamada república popular.

A Rússia manifestou nesta segunda-feira que respeita os resultados das eleições realizadas nas zonas controladas pelos rebeldes pró-Rússia em Donetsk e Lugansk.

"Respeitamos a vontade popular dos habitantes do sudeste da Ucrânia. As eleições em Donetsk e Lugansk transcorreram, em geral, de maneira organizada e registraram uma grande participação", informou a Chancelaria russa em comunicado.

Na opinião de Moscou, "os representantes escolhidos receberam um mandato para o restabelecimento de uma vida normal em suas regiões".

Desde o início, a Rússia manteve a opinião que as eleições nas zonas rebeldes permitirão aos insurgentes escolher democraticamente seus representantes nas negociações com o governo central de Kiev.

Kiev considera as eleições ilegais, já que a lei de autogoverno que concede aos insurgentes três anos de autonomia já contemplava a convocação de eleições locais nas zonas rebeldes para o dia 7 de dezembro.

O Ocidente considera que as eleições separatistas colocam em perigo a aplicação dos acordos de Minsk e a pacificação de um conflito que já deixou milhares de mortos e desabrigados.