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Ingresso da Ucrânia na Otan será decidido em referendo, diz Poroshenko

24/11/2014 11h14

Kiev, 24 nov (EFE).- O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, assegurou nesta segunda-feira que o hipotético ingresso da Ucrânia na Otan será decidido em referendo, que não deve ser realizado antes do país cumprir com todos os requisitos exigidos pela Aliança Atlântica a seus novos membros.

"A decisão sobre o ingresso ou não ingresso na Otan é competência exclusiva do povo ucraniano", disse o líder ucraniano em entrevista coletiva conjunta com sua colega da Lituânia, Dalia Grybauskaité, com quem se reuniu em Kiev.

Poroshenko acrescentou que as autoridades ucranianas "têm pela frente pelo menos seis anos de duro trabalho para que a Ucrânia cumpra com os critérios para ingressar na União Europeia e se ajuste aos critérios da Otan".

O presidente ressaltou que dá por vigente a decisão tomada na cúpula da Otan realizada em 2008 em Bucareste - pouco depois da guerra entre Rússia e Geórgia pelo controle da separatista Ossétia do Sul-, segundo a qual "a Ucrânia se transformará em algum momento em membro da Aliança".

Por sua vez, a presidente lituana brindou seu apoio às aspirações de Kiev e lançou uma mensagem à Rússia, que se pronunciou abertamente contra o ingresso da Ucrânia na Aliança Atlântica.

"Ninguém pode impedir que a Ucrânia solicite ser membro da Otan. Ninguém pode ditar a direção que deve tomar", disse Grybauskaité, que na semana passada qualificou a Rússia de "Estado terrorista" por seu papel na crise ucraniana.

Embora a Otan tenha decidido, em 2008, abrir as porta para a Ucrânia, o então presidente, Viktor Yanukovich, incluiu em 2010 na Constituição o não alinhamento de seu país em blocos militares, sejam ocidentais ou orientais.

No final do mês de agosto, a Ucrânia anunciou sua intenção de renunciar à política de neutralidade, em um claro desafio à Rússia.

A nova maioria parlamentar conformada na semana passada na Ucrânia deu mais um passo ao incluir em seu programa de coalizão a revogação do artigo que diz respeito ao status neutro do país para deixar aberta a porta a um futuro ingresso na Otan.

Tradicionalmente, o oeste do país esteve a favor do ingresso na Otan, enquanto o leste pró-Rússia, palco de um conflito civil há vários meses, se manifesta terminantemente contra.