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Obama afirma que "não há desculpa" para "atos destrutivos" em Ferguson

Em Chicago (EUA)

25/11/2014 22h07

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira que "não há desculpa" para os "atos destrutivos" registrados na noite de ontem em Ferguson (Missouri) após o anúncio da decisão judicial de não processar o policial branco que matou o jovem negro Michael Brown.

Obama destacou, no entanto, que esse mal-estar social "está enraizado em realidades" que datam de tempos atrás, e aplaudiu as manifestações pacíficas que também foram realizadas desde que um grande júri decidiu não indiciar Darren Wilson, o policial que tirou a vida do jovem desarmado.

"Queimar edifícios, incendiar veículos, destruir propriedades pondo as pessoas em risco é destrutivo, e não há desculpa para isso. Esses são atos criminosos, e as pessoas devem ser acusadas se estiveram em atos delitivos", disse o presidente em Chicago, antes de começar o discurso que tinha previsto para abordar o sistema migratório.

"Estamos aqui para falar de imigração, que faz parte do que que torna os Estados Unidos este lugar extraordinário que é. Ser americano não significa que você tenha que olhar de certa maneira ou ter um certo sobrenome ou proceder de um lugar determinado, tem a ver com um compromisso com os ideais, a crença em certos valores", comentou.

"E se alguma parte da comunidade americana não se sente bem-vinda ou tratada de maneira justa, isso é algo que põe a todos nós em risco, e todos temos que estar preocupados", acrescentou.

Obama explicou que solicitou ao procurador-geral, Eric Holder, que delineie uma série de passos a seguir para realizar reuniões regionais que permitam solucionar o descontentamento social que existe entre alguns setores da sociedade e as forças de segurança e justiça.

Além disso, antecipou que na semana que vem promoverá uma reunião com líderes religiosos, oficiais estaduais e federais para começar a trabalhar sobre uma estratégia que melhore a situação e que assegure que "a aplicação da lei é justa e está sendo realizada por igual a todas as pessoas neste país".

"A conclusão é muito importante: não se consegue nenhum benefício com atos destrutivos. Nunca vi ninguém conseguir uma lei de direitos civis ou um projeto de lei de saúde ou uma lei de imigração por queimar um veículo. Isso aconteceu porque as pessoas votaram. Porque as pessoas se mobilizaram. Porque o povo se organizou", ponderou o presidente.

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