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Mãe do espião libertado por Cuba desconhece paradeiro de seu filho

Rolando Sarraff Trujillo, espião libertado por Cuba em troca dos três agentes da ilha presos nos Estados Unidos - AP
Rolando Sarraff Trujillo, espião libertado por Cuba em troca dos três agentes da ilha presos nos Estados Unidos Imagem: AP

19/12/2014 19h26

Havana, 19 dez (EFE).- A mãe de Rolando Sarraff Trujillo, o espião libertado por Cuba em troca dos três agentes da ilha presos nos Estados Unidos, disse nesta sexta-feira à agência Efe que "não sabe nada" do paradeiro atual de seu filho.

"Falaram muitas coisas na imprensa estrangeira e não quero que continuem com isso. Quero saber do meu filho, onde está e se esta bem. Eu e seu pai queremos saber", afirmou Odesa Trujillo.

O preso político, cuja libertação foi anunciada pelo governo da ilha na quarta-feira, trabalhou em segredo para a CIA e era um oficial da inteligência cubana identificado como Rolando Sarraff Trujillo, de 51 anos, que estava preso desde 1995 por espionagem.

Após anunciar na quarta-feira a libertação de um cidadão cubano em troca da libertação dos três agentes de "Os Cinco", nem o governo de Washington nem o de Havana o identificaram e a Casa Branca só disse que se tratava de um agente de inteligência que estava preso na ilha há quase 20 anos.

"Ficamos surpreendidos. Não houve nenhuma comunicação oficial, não sabemos nada dele desde a segunda-feira (15 de dezembro), quando o vimos perfeitamente durante uma visita" à prisão em Havana, onde estava preso desde 29 de dezembro de 2013, declarou sua mãe por telefone desde sua casa em Havana.

"A única coisa que sabemos é que o transferiram dali e temos muita fé que possa estar entre os libertados", contou.

Odesa Trujillo e seu marido acreditam que "está tudo bem" e disseram que "quem tem a última palavra é ele", pois até agora não se comunicou com sua família.

De acordo com vários meios de comunicação, Sarraff Trujillo teria dado à CIA informação-chave para a detenção da chamada 'Rede Vespa' em 1998, integrada por dez agentes cubanos que atuavam na Flórida e na Carolina do Norte.

O grupo de "Os Cinco" trabalhava para esse rede, e como não aceitaram um acordo com os promotores americanos, foram submetidos a julgamento e condenados em 2001 a penas de até duas perpétuas consecutivas.

Dois deles, René González e Fernando González, cumpriram suas penas e retornaram à ilha, enquanto os outros três, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero foram libertados em troca de Sarraff Trujillo na quarta-feira, parte dos acordos entre Cuba e Estados Unidos para retomar suas relações diplomáticas.