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Deputado venezuelano diz que EUA oferecem dinheiro por traição ao governo

28/01/2015 17h03

Caracas, 28 jan (EFE).- O primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o chavista Elvis Amoroso, acusou nesta quarta-feira a embaixada dos Estados Unidos de oferecer dinheiro a governistas em troca de "trair" o governo de Nicolás Maduro.

Em declarações ao canal "Venevisión", Amoroso garantiu que o militar Leamsy Salazar, que segundo informações jornalísticas está atuando como testemunha protegida em uma investigação sobre Diosdado Cabello, presidente da Assembleia, aberta supostamente nos EUA, recebeu dinheiro do "império americano".

Salazar recebeu dinheiro para "que vá aos EUA e apresente essas armadilhas sujas contra o governo do presidente (Hugo) Chávez e contra o governo do presidente Nicolás Maduro", destacou.

Amoroso, que disse ter sido "vítima" das práticas das quais acusou a embaixada de EUA, fez essas declarações no dia seguinte que o jornal espanhol "ABC" publicou uma informação segundo a qual Diosdado Cabello está sendo investigado nos EUA por supostos nexos com o narcotráfico.

O próprio Cabello qualificou hoje de "falsas" essas acusações em uma entrevista a uma emissora colombiana na qual também disse que Leamsy Salazar fez parte de sua equipe, mas foi nunca seu chefe de segurança, como diz o "ABC".

Amoroso, por sua parte, se referiu hoje a Salazar como um "Judas".

"Isso é o que ocorre com estes Judas desde o princípio da história (...) estes são Judas que podem seguir aparecendo, que não têm nenhum tipo de moral e são comprados facilmente", criticou.

A embaixada dos EUA "em mais de uma oportunidade, nos chamou para oferecer dinheiro para que denunciemos por distintas causas propostas por eles (...) o governo do presidente Hugo Chávez e o governo do presidente (Nicolás) Maduro", acrescentou.

O deputado do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) assegurou que ele mesmo foi "vítima" desta suposta prática por parte da diplomacia americana que buscava, segundo disse, "que traíssemos o presidente Hugo Chávez".

"E imagino que terão chamado também muitos militares para que deem esse passo", completou.

O presidente Maduro denunciou na terça-feira a existência de uma "campanha", que rotulou de "bestial" e "vulgar", por parte da "extrema-direita internacional" contra Cabello, a quem mostrou todo seu respaldo.