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Separatistas pró-Rússia consideram "mortos" os acordos de paz de Minsk

28/01/2015 16h07

Moscou, 28 jan (EFE).- Os separatistas pró-Rússia consideraram "mortos" nesta quarta-feira os acordos de paz de Minsk de setembro de 2014, nos quais Kiev e os rebeldes estabeleceram um cessar-fogo e o traçado de uma zona de separação entre ambos lados.

"Os acordos de Minsk podem ser considerados mortos. Da forma na qual estão escritos já não estão vigentes", disse Eduard Basurin, subchefe do comando militar da autoproclamada república popular de Donetsk, citado pelas agências russas.

Basurin acrescentou que os insurgentes estão dispostos a continuar as negociações, mas "em outro formato".

Tanto a Rússia como os separatistas acusam Kiev de violar o cessar-fogo ao retomar os ataques com fogo de artilharia contra as posições rebeldes e de aproveitar a trégua exclusivamente para reagrupar forças e mobilizar novos recrutas.

As autoridades ucranianas, por sua parte, acusam os rebeldes de violar flagrantemente os acordos de Minsk, que obrigavam ambos lados a manter suas posições e criar uma zona desmilitarizada de 30 quilômetros de largura, da qual deviam retirar seu armamento pesado.

Após o reatamento dos combates na segunda semana de janeiro, as milícias de Donetsk retiraram o aeroporto do poder das forças governamentais e lançaram na semana passada uma ofensiva geral para unificar a frente com a vizinha Lugansk.

Por outra parte, Basurin antecipou que as milícias rebeldes estreitaram o cerco em torno dos 10.000 soldados ucranianos posicionados na cidade de Debaltsevo, estratégico elo de comunicação entre Donetsk e Lugansk, principais redutos dos rebeldes pró-Rússia.

As milícias tomaram posições nos arredores dessa cidade e tomaram o controle da estrada que une Debaltsevo com Artiomovsk, embora reconheçam que ainda não conseguiram fechar o cerco sobre a cidade.

No total, segundo os rebeldes, cerca de 100 soldados governamentais teriam morrido hoje nos combates, com o que Kiev teria perdido mais de mil combatentes desde o início do ano.

A Otan responsabiliza os rebeldes e a Rússia pela atual escalada de violência, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, acusou Kiev de renunciar à regulação pacífica do conflito e tachou as forças ucranianas de "legião estrangeira da Otan".

Desde sua explosão, em abril do ano passado, o conflito armado no leste ucraniano deixou mais de 5.000 mortos e provocou o êxodo de centenas de milhares de pessoas.