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Juiz despreza denúncia apresentada por Nisman contra presidente argentina

26/02/2015 13h45

Buenos Aires, 26 fev (EFE).- A Justiça argentina desprezou nesta quinta-feira a denúncia apresentada pelo promotor Alberto Nisman contra a presidente Cristina Kirchner por suposto encobrimento de terroristas, informaram fontes da Justiça para a imprensa local.

Segundo divulgou o Centro de Informação Judicial (CIJ), o juiz Daniel Rafecas rejeitou abrir investigação sobre as acusações de Nisman, embora a decisão ainda possa sofrer apelação.

"A análise das evidências apresentadas junto com a denúncia inibem o início de um processo penal, porque não só deixam órfão de qualquer sustento típico o fato descrito, como também uma suposta manobra de 'encobrimento' e/ou 'entorpecimento da investigação' do atentado contra a Amia, destinado a dotar de impunidade os acusados de nacionalidade iraniana", segundo a resolução do juiz.

"Pelo contrário, tais evidências se contrapõem de modo categórico ao suposto 'plano criminoso' denunciado", considera Rafecas.

O promotor especial da causa pelo atentado contra a agremiação judia Amia em 1994 tinha acusado a presidente, o chanceler argentino, Héctor Timerman, e vários colaboradores por supostamente orquestrar um plano para livrar os suspeitos iranianos do ataque.

Nisman apresentou a denúncia quatro dias antes de morrer com um tiro na cabeça em sua casa de Buenos Aires, em circunstâncias ainda não esclarecidas.

O promotor Gerardo Pollicita acolheu a denúncia e no dia 13 de fevereiro pediu a Rafecas para processar Cristina Kirchner e o resto dos acusados por Nisman.

Para Rafecas, analisadas as evidências, "ficou claro, que nenhuma das duas hipóteses de delito" apontadas por Pollicita em seu requerimento "se sustenta minimamente".

Pollicita antecipou que apelará da decisão do juiz, segundo informaram meios de imprensa locais.