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Milhares de áudios das escutas do promotor Nisman são divulgados

02/03/2015 11h50

Buenos Aires, 2 mar (EFE).- O portal de notícias argentino "Infobae" divulgou nesta segunda-feira quase 40 mil arquivos com as escutas telefônicas utilizadas como provas pelo falecido promotor Alberto Nisman para fundamentar sua denúncia por suposto acobertamento de terroristas contra a presidente argentina e vários colaboradores.

As escutas foram enviadas para a "Infobae" por um colaborador de Nisman, a quem o promotor tinha deixado uma cópia dos arquivos antes de morrer.

O material foi apresentado em sua totalidade, sem detalhamentos ou classificação, por isso o conteúdo das escutas está sendo analisado. Apenas alguns trechos de conversas tinham sido revelados até agora.

"A 'Infobae' decidiu pôr a totalidade dos arquivos de áudio recebidos à disposição de todos. Para que cada um possa avaliar a veracidade, autenticidade ou falsidade da informação que contém, determinar sua maior ou menor importância, analisar seu valor e impacto", disse o portal.

"É a totalidade dos áudios relacionados à denúncia por suposto encobrimento que o promotor Alberto Nisman formulou, embora ele só tenha incluído uma parte em sua acusação. Estas escutas foram autorizadas pelo juiz federal Rodolfo Canicoba Corral e realizadas pela Secretaria de Inteligência (SE)", detalhou a "Infobae".

Nisman, promotor especial do caso Amia, morreu em 18 de janeiro, em circunstâncias ainda não esclarecidas, quatro dias após denunciar a presidente Cristina Kirchner por suposto acobertamento dos suspeitos iranianos pelo atentado contra a instituição judia, que deixou 85 mortos em 1994.

As escutas constituíam a maior parte das provas apresentadas por Nisman para demonstrar, segundo ele, que o governo negociou em segredo perdoar os supostos terroristas em troca de intensificar as relações com o Irã.

O promotor Gerardo Pollicita assumiu a denúncia e pediu em 13 de fevereiro a acusação da presidente e do restante dos acusados por Nisman.

Na quarta-feira passada, o juiz responsável pelo caso, Daniel Rafecas, desprezou a denúncia por considerar, após analisar as provas, que a acusação de Nisman não "se sustentava minimamente".

No entanto, a sentença de Rafecas ainda pode ser revista.