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Venezuela dá 15 dias aos EUA para reduzir equipe de sua embaixada

Fernando Llano/AP
Imagem: Fernando Llano/AP

Em Caracas

02/03/2015 17h52

A chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, disse nesta segunda-feira (2) que os Estados Unidos terão 15 dias para apresentar uma classificação dos funcionários que permanecerão no país sul-americano, que devem passar de 100 para 17.

"Foi concedido um tempo de 15 dias para apresentar o plano quanto à classificação de categoria de funcionários que deverão permanecer em nosso país credenciados por seu governo na Venezuela", disse a ministra depois de se reunir com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA em Caracas, Lee Clenny.

O encontro, descrito por Rodríguez como "cordial" e "ameno", teve como objetivo dar detalhes de um conjunto de medidas diplomáticas anunciadas pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no sábado (28) durante seu discurso ao término de uma manifestação "anti-imperialista".

Entre as medidas, Maduro ordenou a redução da centena de funcionários diplomáticos americanos de sua embaixada em Caracas a níveis similares aos 17 que seu governo mantém em Washington.

Além disso, segundo a chanceler, toda reunião dos diplomatas norte-americanos na Venezuela deverá ser realizada com o consentimento de seu governo.

O presidente venezuelano solicitou ainda a obrigatoriedade do visto para americanos que visitem o país, uma medida adotada, segundo disse, depois da captura de um piloto americano de quem as autoridades suspeitam que esteve envolvido em ações de "espionagem".

A chanceler venezuelana anunciou que o governo venezuelano publicará hoje uma resolução "onde, em razão da reciprocidade, se aplicará obrigatoriedade de visto para os cidadãos americanos".

"Como bem já mencionamos, são medidas e ações diplomáticas emolduradas no direito internacional público, nos propósitos e princípios das Nações Unidas e que, em princípio, concernem à reciprocidade que deve reger entre os Estados soberanos", acrescentou.

Em seu discurso, no último dia 28 de fevereiro, Maduro informou que negará a entrada ao país de um grupo de políticos norte-americanos que qualificou de "terroristas", uma lista que inclui o ex-presidente George W. Bush, o ex-vice-presidente Dick Cheney e o congressista Marco Rubio.

O governo dos EUA disse no domingo que as acusações contra si são "falsas", mas evitou fazer comentários sobre a ordem de redução de funcionários na embaixada americana em Caracas.

As relações entre Venezuela e Estados Unidos se encontram em níveis mínimos desde que em 2010 ambos países ficaram sem representação em nível de embaixadores, quando Hugo Chávez, falecido em 2013, ainda era presidente do país sul-americano.

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