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Centenas de pessoas fazem fila para se despedir de Boris Nemtsov em Moscou

03/03/2015 07h53

Moscou, 3 mar (EFE).- Centenas de pessoas, muitas delas com flores e velas, fizeram fila na manhã desta terça-feira em Moscou para se despedir de Boris Nemtsov, o líder opositor liberal assassinado na sexta-feira passada em uma ponte situada a poucos metros das muralhas do Kremlin.

O caixão de Nemtsov foi colocado em uma sala do Centro Sakharov, e o público terá acesso ao local até às 14h locais (8h de Brasília). Depois, será realizado um cortejo fúnebre até o cemitério Troekurovskoye, em um subúrbio no leste de capital.

O vice-primeiro-ministro russo Arkadi Dvorkovich foi no início da manhã ao Centro Sakharov para prestar suas condolências e prestar homenagem à memória do dirigente liberal.

Vários canais de televisão fazem transmissões ao vivo do local. O político opositor liberal pertencia ao grupo dos jovens reformistas que chegaram ao poder na Rússia depois da desintegração da União Soviética, e chegou a ser o número dois do governo em 1997, na época do presidente Boris Yeltsin.

O Comitê de Instrução da Rússia, que ofereceu uma recompensa de três milhões de rublos (US$ 50 mil) por "informação valiosa" que ajude a esclarecer o caso, trabalha como várias hipóteses para o assassinato.

Os investigadores não descartam que o crime seja uma tentativa de desestabilizar a situação na Rússia ou um caso de vingança pessoal.

Nemtsov era um dos maiores críticos à ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia e tinha denunciado que milhares de soldados russos combatiam ao lado dos separatistas.

A oposição russa tachou o caso de "assassinato político", o que faria parte de uma campanha lançada pelas autoridades contra os novos inimigos do povo russo: aqueles que se opõem à atuação do Kremlin no conflito ucraniano.

"Nemtsov foi morto pela guerra. A principal versão é que foi assassinado por sua postura antibelicista. Foi assassinado pelos que apoiam a política governista de agressão contra outros povos, incluído o da Ucrânia", disse à Agência Efe o líder do partido liberal Yabloko, Sergei Mitrokhin.