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Assassinato de repórteres mostra fragilidade da imprensa na Colômbia, diz RSF

Em Paris

05/03/2015 12h16

O assassinato nas últimas semanas de dois jornalistas na Colômbia, conhecidos por suas críticas ao poder, evidencia a frágil situação da liberdade da imprensa nesse país, indicou nesta quinta-feira (5) a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

A organização denunciou as mortes de Edgar Quintero, da emissora local Rádio Luna, assassinado no último dia 2 em Palmira (Valle del Cauca, sudoeste do país) e a de Luis Peralta, da Rádio Linda, 15 dias antes no sul do país.

Estes casos "lembram a precária segurança dos atores da informação no país" e "a impunidade generalizada" que "não permite que os jornalistas exerçam sua profissão com tranquilidade e nem que as vítimas e suas famílias obtenham justiça", indicou o responsável da RSF para América, Claire San Filippo.

"Esta situação deve acabar, os responsáveis destes crimes devem responder por seus atos", acrescentou o responsável, que pediu às autoridades colombianas que "não descartem a hipótese de que os crimes possam estar relacionados com sua profissão e que desenvolvam investigações exaustivas, independentes e imparciais nestes dois casos".

A organização defensora da liberdade de imprensa lembrou que entre 1980 e 2012, 27 jornalistas foram assassinados no departamento de Valle del Cauca, nove deles no departamento de Caquetá, ao qual é preciso somar várias agressões.

"A Colômbia, o segundo país mais mortal do continente americano para o grêmio jornalístico, é muito perigoso para exercer este ofício", indicou RSF, que lembrou que o país ocupa o posto 128 dos 180 países que compõem sua classificação mundial da liberdade de imprensa, publicada em fevereiro.

Quintero, muito crítico com as autoridades locais, foi assassinado em 2 de março nas imediações da rádio onde trabalhava.

Peralta foi assassinado em sua casa, após ter recebido ameaças pelas denúncias que fazia na rádio em que trabalhava.