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Arábia Saudita não planeja, mas não descarta intervenção terrestre no Iêmen

Reuters
Imagem: Reuters

Em Riad

26/03/2015 17h15

A Arábia Saudita afirmou nesta quinta-feira (26) que não planeja uma operação terrestre no Iêmen, onde lançou nesta madrugada uma ofensiva aérea contra posições do movimento rebelde xiita, mas não descartou essa opção "em caso de necessidade".

"Nesta etapa não há nenhum planejamento para realizar operações terrestres, mas, caso haja necessidade, as forças sauditas e as de seus aliados estão dispostas", disse o porta-voz da operação militar batizada "Tempestade de Firmeza", o general Ahmed al Asiri em entrevista coletiva.

Uma coalizão de países árabes liderada pela Arábia Saudita começou ontem à noite uma ofensiva aérea contra bases e posições dos rebeldes houthis para conter seu avanço até a cidade de Áden, sede do presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi.

Asiri acrescentou durante sua intervenção que "as operações militares continuarão até cumprir todos seus objetivos".

Ele explicou que pretende ajudar o povo iemenita a "se desfazer" da organização dos houthis que, na sua opinião, "prejudicou os interesses dos iemenitas e dos países vizinhos".

O general acrescentou que a intervenção militar no Iêmen também pretende ajudar "as autoridades legítimas: o presidente Hadi e seu governo, para que possam cumprir suas funções".

O comandante detalhou que os bombardeios foram dirigidos contra as bases militares e as posições das armas antiaéreas, que estão sob controle dos rebeldes houthis em Sana e em outras províncias do país.

Além disso, revelou que também foi lançado um ataque contra um grupo de combatentes houthis que se aproximavam da fronteira entre o Iêmen e a Arábia Saudita.

Asiri ressaltou que "nessas circunstâncias, não permitirá a ninguém ajudar os rebeldes houthis para que prejudiquem o povo iemenita e os países vizinhos".

O líder máximo dos houthis, Abdel Malek al Huti, acusou hoje a Arábia Saudita de se submeter à vontade dos Estado Unidos e ao desejo de Israel de atacar posições de seu movimento e ameaçou responder se não os bombardeios continuarem.

o grupo xiita rebelde dos houthis, também conhecido como Ansar Allah, convocou os iemenitas para uma jihad contra a coalizão, integrada por nove países árabes e o Paquistão, que participa da ofensiva aérea.

Cerca de 200 mil pessoas, entre milicianos e seguidores dos houthis se manifestaram hoje na capital iemenita em protesto pela operação militar liderada pela Arábia Saudita, que pretende combater a ofensiva dos rebeldes xiitas contra Áden, sede do governo do presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi.