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Câmara dos EUA aprova plano orçamentário de US$ 3,8 trilhões

26/03/2015 00h16

Washington, 25 mar (EFE).- A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira um plano para o orçamento federal do ano fiscal 2016 no valor de US$ 3,8 trilhões, que inclui um aumento da despesa militar e duros cortes em outras verbas, uma proposta sobre a qual a Casa Branca já expressou sua rejeição.

O texto definitivo é uma modificação do elaborado pelo presidente do Comitê de Orçamento da Câmara dos Representantes, Tom Price, e prosperou por 219 a 208 votos em uma particular operação parlamentar na qual foram votados seis orçamentos.

A proposta, batizada como "Price 2", obteve uma confirmação final de 228 a 119, após descartar-se os outros planos orçamentários.

O novo texto legislativo acrescenta US$ 2 bilhões para as operações de luta terrorista do Pentágono no exterior, em um total de US$ 96 bilhões, frente aos US$ 58 bilhões solicitados por Obama.

Além disso, o plano original de Price contemplava que US$ 20 bilhões dessa verba seriam obtidos a partir de cortes em outras despesas federais, uma disposição que não inclui o novo texto.

A aprovação deste plano orçamentário constitui uma vitória para o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, cuja liderança é questionada nas fileiras de seu partido.

Por sua vez, o Senado prepara seu próprio plano orçamentário, que poderia ser votado no final desta semana.

A Casa Branca expressou imediatamente sua rejeição ao texto por considerar que a oposição centra os cortes em investimentos benéficos para a classe média, como a educação e a formação trabalhista.

"O presidente deixou claro que não aceitará um orçamento que aumenta os fundos para nossa segurança nacional sem proporcionar incrementos similares nos fundos de nossa segurança econômica", disse em comunicado o porta-voz da Casa Branca , Josh Earnest.

A proposta orçamentária é um novo desafio da oposição ao presidente Barack Obama, ao tentar derrubar sua reforma da saúde e reduzir drasticamente os serviços sanitários.

Assim, junto com fortes cortes em matéria social, os republicanos defendem que seu plano orçamentário conseguirá equilibrar os cofres americanos em 10 anos, reduzindo as despesas em US$ 5,5 trilhões em comparação com as projeções atuais.

Obama apresentou no início de fevereiro seu projeto orçamentário para o ano fiscal 2016, no qual propôs elevar o gasto público e uma reforma tributária para que os mais ricos paguem mais impostos, duas propostas rechaçadas taxativamente pelos republicanos.

Há anos, o projeto orçamentário anual do presidente fica em uma mera declaração de intenções e tudo indica que desta vez ocorrerá o mesmo, uma vez que os republicanos controlam pela primeira vez em quase uma década as duas câmaras do Congresso e já expressaram sua oposição ao plano de Obama.