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Mais de 1 bilhão de pessoas deixaram a extrema pobreza em 25 anos, diz BM

Moradores de rua despertam nas margens do rio Yamuna, em Nova Déli, na Índia - Bernat Armangue/AP
Moradores de rua despertam nas margens do rio Yamuna, em Nova Déli, na Índia Imagem: Bernat Armangue/AP

Em Washington (EUA)

07/04/2015 13h00

Mais de 1 bilhão de pessoas saíram da extrema pobreza nos últimos 25 anos, embora ainda haja cerca de 1 bilhão que vivem com menos de US$ 1,25 por dia, destacou nesta terça-feira (7) o presidente do Banco Mundial (BM), Jim Young Kim.

"A boa notícia é que fizemos um progresso substancial", afirmou Kim em discurso no Centro de Estudos Estratégicos Internacionais (CSIS), que serve de ante-sala para as assembleias do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o BM da próxima semana em Washington.

Atualmente, 12% da população mundial, menos de 1 bilhão de pessoas, vivem sob a linha de pobreza, com menos de US$ 1,25 por dia, contra 36% (2 bilhões de pessoas) que havia em 1990.

"Nos últimos 25 anos, passamos de quase 2 bilhões de pessoas vivendo em extrema pobreza a algo menos de 1 bilhão", destacou Kim, que reiterou o objetivo da instituição de erradicar a pobreza para 2030.

O presidente da principal instituição de desenvolvimento global se mostrou convencido de que é "possível" acabar com a pobreza e anunciou que a estratégia do BM para acabar com ela se reduz a três palavras: "crescimento, investimento e garantias".

"A economia necessita crescer mais rápido e de uma forma mais sustentável", afirmou Kim, que convidou os países a priorizar os setores econômicos que aumentam os ingressos dos mais pobres, enquanto mantêm um número baixo de inflação e "manejáveis" níveis de dívida.

Além disso, Kim antecipou que na semana que vem a Assembleia de Primavera de seu organismo e do FMI acolherá uma discussão sobre o desenvolvimento de um sistema alimentício mais sólido, que "aumente a renda dos mais pobres, promova uma adequada nutrição e combata a mudança climática".

O presidente do BM também destacou a necessidade de investir em saúde e educação, assim como em estabelecer padrões claros de aprendizagem.

Neste sentido, destacou que mais de 50% dos jovens do Quênia que tiveram aulas por seis anos não conseguem ler uma frase ao término dos estudos, enquanto 70% das crianças que completam a escola primária em Moçambique não podem desenvolver habilidades básicas de aritmética.

"Somos a primeira geração da história que pode acabar com a extrema pobreza. Esse é nosso grande desafio e nossa grande oportunidade", concluiu Kim, americano de origem sul-coreana eleito para presidir a principal entidade de desenvolvimento mundial em julho de 2012.