Abrini e Krayem são acusados de atividades terroristas e homicídio

Bruxelas, 9 abr (EFE).- Os suspeitos detidos na Bélgica na sexta-feira, Mohammed Abrini e Osama Krayem, foram acusados neste sábado de participar de atividades de grupo terrorista e de homicídios terroristas, informou a procuradoria federal em comunicado.

A investigação relacionada aos atentados de Bruxelas, ocorridos em 22 de março, permitiu estabelecer que Krayem é o segundo homem presente no ataque na estação de metrô de Maelbeek e que comprou no centro da cidade as bolsas que foram utilizadas nos atentados.

O juiz responsável pelo caso também culpou de participação de atividades de grupo terrorista e de cumplicidade em homicídios terroristas Hervé B.M., detido junto a Krayem e a Bilal E.M., o sexto detido, enquanto deixou em liberdade outros dois detidos.

Desse modo, quatro dos seis detidos permanecem sob mandato de detenção.

A procuradoria indicou que "ainda não é possível pronunciar-se" sobre se Abrini é ou não o chamado "homem do chapéu", o terceiro suposto terrorista visto junto aos dois que atentaram contra o aeroporto de Bruxelas-Zaventem.

Sobre Hervé B.M., a procuradoria precisou que foi detido na noite da sexta-feira e que nasceu em 5 de maio de 1990 e tem nacionalidade ruandesa, enquanto sobre Bilal E.M. detalhou que nasceu em 10 de março de 1989 e que se suspeita que ajudou Abrini e Krayem.

A emissora pública flamenga "VRT" aponta que esta pessoa é Bilal el Makhoukhi, um bruxelense condenado no processo contra o grupo radical Sharia4Belgium na Antuérpia a cinco anos de prisão dos quais cumpriu dois e depois ficou em liberdade sob vigilância eletrônica, que segundo esse canal terminou no mês passado.

Segundo o Ministério Público, as detenções aconteceram em diferentes pontos de Bruxelas: no distrito de Anderlecht, "possível local de residência de Abrini"; no de Laeken, local de residência de Hervé B. M., e no domicílio de Bilal E.M.

Na sexta-feira, após as detenções, as autoridades belgas confirmaram que as impressões digitais e o DNA de Abrini foram encontrados em diversos pontos de Schaerbeek (Bruxelas), como no apartamento de onde acredita-se que partiram os terroristas suicidas do dia 22 de março, e no automóvel utilizado nos atentados de Paris.

Ele já era procurado por esses atentados por ter sido identificado na companhia de Salah Abdeslam (que também foi detido em Bruxelas em 18 de março e que será extraditado à França) no dia 11 de novembro do ano passado em um posto de gasolina do norte da França na estrada em direção a Paris.

Por sua parte, a procuradoria também relaciona Krayem, conhecido como Naeem al Ahmed, com Abdeslam.

Por último, a procuradoria informou das operações efetuadas pela polícia hoje de manhã no distrito bruxelense de Etterbeek, em um apartamento que "poderia ter sido utilizado como um refúgio".

No entanto, a operação não encontrou nem armas nem explosivos no local.

"Não se dará nenhuma informação suplementar sobre o resultado das operações", concluiu o Ministério Público.