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Morales endurece discurso contra os EUA antes da Cúpula das Américas

10/04/2015 16h52

Cidade do Panamá, 10 abr (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta sexta-feira que Cuba e Venezuela não sejam deixadas sozinhas e acusou os Estados Unidos de querer derrubar Nicolás Maduro por decreto porque não pode fazê-lo através de um golpe de Estado.

"Na Venezuela, (os EUA) não podem tirar o presidente com golpe de Estado. Agora querem derrubar Maduro por decreto", disse o líder boliviano em uma conferência realizada na Universidade do Panamá, no marco de uma cúpula "alternativa" à reunião de chefes de Estado e de governo realizada no Panamá.

Morales rejeitou plenamente a ingerência americana na América Latina e defendeu o fechamento de todas as bases militares dos Estados Unidos que restam na região.

"Obama, de que direitos humanos você pode falar se a cada dia afro-americanos morrem baleados?", se perguntou Morales, em referência aos casos de violência racial envolvendo a polícia americana.

O antigo sindicalista boliviano lembrou que, quando foi eleito presidente, os "irmãos vítimas das ditaduras militares" lhe recomendaram que "tomasse cuidado" com a embaixada dos EUA, porque "onde há embaixada (desse país) há golpe de estado".

"Durante o processo constituinte o embaixador dos EUA teve encontros com meus opositores, com partidos capitalistas e neoliberais. Para fazer respeitar a soberania do povo, tivemos que expulsar o embaixador. Sem ele estamos melhor que antes", lembrou Morales no auditório da Universidade do Panamá.

Em setembro de 2008, o governo da Bolívia declarou o embaixador dos Estados Unidos, Philip Goldberg, "persona non grata" e decretou sua expulsão do país por "buscar a divisão" territorial".

Depois da conferência, Morales participou um jogo de futebol com um grupo de indígenas e, segundo meios de comunicação locais, marcou quatro gols na partida.