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Rebeldes houthis rejeitam participar de nova rodada de diálogo

O Taleban negou envolvimento na ação que deixou dezenas de mortos, e condenou o ataque - Ghulamullah Habibi/EPA/Efe
O Taleban negou envolvimento na ação que deixou dezenas de mortos, e condenou o ataque Imagem: Ghulamullah Habibi/EPA/Efe

Da Efe, em Cabul

18/04/2015 05h06

Cairo, 18 abr (EFE).- Os rebeldes houthis anunciaram nesta segunda-feira que não viajarão ao Kuwait para participar de uma nova rodada de negociações com as forças leais ao presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi até que haja "uma suspensão total das hostilidades".

Um responsável do escritório político da Ansar Allah, nome pelo qual os houthis também são conhecidos, e que pediu o anonimato, denunciou à Agência Efe que a coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita continuou lançando bombardeios aéreos em várias províncias e que as forças de Hadi atacaram posições rebeldes em diferentes pontos do Iêmen.

Hoje, estava previsto o começo de uma nova rodada de diálogo no Kuwait entre os houthis e seus aliados, por um lado, e as forças governamentais, por outro, depois que no último dia 10 entrou em vigor um cessar-fogo que não foi respeitado, mas que permitiu uma diminuição da violência, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

O responsável houthi afirmou que a aviação da coalizão árabe bombardeou nas últimas horas a província de Saada, reduto rebelde no norte do país, a região próxima de Al Yuf e a região de Naham, nos arredores da capital do país, Sana. As forças leais a Hadi atacaram, por sua vez, as posições dos insurgentes na província de Taiz, no sudoeste do país, e na comarca de Saruah, na província de Marib, ao leste da capital.

A fonte acrescentou que a Arábia Saudita entregou ontem aos houthis 14 presos iemenitas, seis combatentes e oito civis, em troca de dois soldados sauditas que foram capturados por eles e repatriados a seu país há algumas semanas.

Os representantes do presidente Hadi nessas negociações, presididos pelo ministro iemenita das Relações Exteriores, Abdul Malek Al Mekhlafi, chegaram ontem ao Kuwait para se prepararem para as consultas, segundo a agência oficial iemenita "Saba".

"Viemos aqui com vontade séria e intenções sinceras de retomar o processo político, de acordo com as conclusões do diálogo nacional", disse ele ontem à noite em reunião com os embaixadores dos países que supervisionam a transição no Iêmen.

A conferência do diálogo nacional no Iêmen, que foi realizada de março de 2013 a janeiro de 2014 com a participação de todas as forças políticas e sob a supervisão da ONU, estabeleceu o marco de transição política no país, após os protestos que destituíram ao então presidente Ali Abdullah Saleh.

O adiamento das negociações acontece, apesar de ambas as partes terem insistido em seu compromisso de encontrar-se hoje e ao otimismo mostrado pelo enviado da ONU para o Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed, que afirmou recentemente que o país nunca esteve tão perto de conseguir o fim do conflito.

Ambos os lados fracassaram, no entanto, em acabar com o conflito em rodadas de conversas de paz anteriores e violaram as tréguas prévias. O conflito aumentou em março de 2015 com o início de uma ofensiva contra os rebeldes da coalizão militar, liderada pela Arábia Saudita, que apoia o regime de Hadi.