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Naufrágio de barco no Mediterrâneo deixou 800 imigrantes mortos, estima Acnur

21/04/2015 00h30

Redação Central, 21 abr (EFE).- A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) estimou nesta terça-feira em 800 o número de imigrantes mortos no naufrágio de um barco no Mar Mediterrâneo no domingo, cujo o capitão e um ajudante foram presos, conforme autoridades citadas pela imprensa italiana.

A porta-voz da Acnur na Itália, Carlotta Sami, disse na madrugada de hoje que, após interrogar a maior parte dos 27 sobreviventes que chegaram nas últimas horas de ontem ao país, é "possível dizer que pelo menos 800 morreram".

Os imigrantes que escaparam com vida chegaram às 23h45 locais de ontem (18h45 de segunda-feira em Brasília) ao porto italiano de Catânia, no sul do país, em um barco da Guarda Costeira.

Outro sobrevivente foi levado de helicóptero a um hospital da região por apresentar uma série de complicações médicas.

De acordo com as declarações de alguns sobreviventes, 700 e 950 pessoas estavam na embarcação. Cerca de 50 eram crianças e havia também outras 200 mulheres a bordo. Até agora foram localizados 28 corpos do mar, todos transferidos ao porto de Valletta, em Malta.

O capitão do navio acidentado, de nacionalidade tunisiana, e seu ajudante sírio foram presos e acusados de homicídio múltiplo, naufrágio e de apoiarem à imigração ilegal por conduzirem a embarcação que afundou no litoral de Malta.

O promotor de Catânia, Giovanni Salvi, disse que ambos foram reconhecidos através de fotografias pelos sobreviventes que estavam a bordo do navio "Gregoretti".

O naufrágio ocorreu na madrugada de domingo, quando a Marinha italiana, após receber um pedido de auxílio, pediu a um navio mercante português que estava na região para socorrer à embarcação que estava com problemas.

Segundo a primeira reconstrução dos fatos feita pelas autoridades, os imigrantes, ao verem a chegada de ajuda, foram todos para o mesmo lado da barcaça, fazendo-a virar, o que provocou o naufrágio.

O novo acidente provocou uma grande comoção na Itália e na União Europeia. O presidente do Conselho Europeu já convocou uma reunião extraordinária dos chefes de Estado e de governo do bloco para abordar a situação.