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Maduro pede a Rajoy que lhe dê a mão para não ter de "levar lanças à Europa"

25/04/2015 22h19

Caracas, 25 abr (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu neste sábado respeito ao presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy, e que ambos se deem as mãos na próxima edição da Cúpula América Latina-Europa para evitar que chegue lá "com as lanças".

"Em breve nos vamos ver na Cúpula América Latina-Europa, Rajoy. Espero não ter de chegar lá com lanças, à Europa, porque vais ser derrotado, vais ficar isolado frente a Venezuela, frente a América Latina e Caribe. Aqui está minha mão, Rajoy, pegue-a. Com respeito tudo se pode", disse Maduro.

As relações bilaterais ficaram tensas depois que Rajoy recebeu familiares de opositores venezuelanos processados sob acusações de conspiração e depois que Maduro o acusou de "apoiar o terrorismo" e de fazer parte de "um grupo de bandidos, de corruptos e de ladrões".

As tensões, também agravadas com decisões parlamentares espanholas a favor dos presos venezuelanos, derivaram nos últimos dias no chamado a consultas em Madri do embaixador espanhol e em que Maduro anunciasse que em breve adotará medidas "contundentes", ainda não reveladas, contra o país europeu.

O presidente venezuelano parabenizou, no entanto, que a vice-presidente do Governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, dissesse nesta sexta-feira que o Executivo de Rajoy está disposto a dialogar "além das diferenças", mas sobre "a base do respeito recíproco".

"Ontem houve uma declaração do governo espanhol que diz que está disposto a ter boas relações com o governo legítimo, constitucional, bolivariano, revolucionário que eu presido e lhe digo: bem-vindo, tenhamos boas relações, mas tendo como base o respeito", repetiu Maduro.

Maduro aludiu às tensões durante um ato oficial televisionado do qual participaram intelectuais espanhóis, para quem insistiu que "se houver respeito, nós somos os melhores dos melhores para ser amigos, para cooperar e ter boas relações".

O ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, assegurou que o governo de Rajoy não quer "em absoluto" romper relações com a Venezuela nem manter a atual escalada de tensão.