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Unicef denuncia que Boko Haram usa crianças para cometer ataques suicidas

Desenho de criança retrata ataque Boko Haram na Nigéria - Phillippe Desmazes/AFP
Desenho de criança retrata ataque Boko Haram na Nigéria Imagem: Phillippe Desmazes/AFP

Em Genebra

26/05/2015 08h12

O Unicef denunciou nesta terça-feira (26) que a milícia jihadista nigeriana Boko Haram usa mulheres e crianças para realizar ataques suicidas e que esta tendência aumentou neste ano com relação a 2014.

"Durante todo 2014 ocorreram 26 ataques suicidas dos quais participaram mulheres e crianças e, nos cinco meses de 2015, já foram contabilizados 27", disse em teleconferência em Abuja (Nigéria) Laurent Dutordoir, especialista em proteção infantil do Unicef.

A maioria destes ataques foram realizados no norte do país, onde o Boko Haram tem sua maior base de operações, "e as crianças não são os instigadores dos ataques, mas meras vítimas", especificou Dutordoir.

Especificamente, desde julho do 2014 ocorreram nove ataques em que os suicidas foram crianças de entre 7 e 17 anos.

Apesar de em grande parte dos casos as identidades deste menores não serem comprovadas, sabe-se que a maioria eram menores não acompanhados (sem supervisão de um adulto) e que sobreviviam como deslocados internos.

No total, o Fundo para a Infância das Nações Unidas (Unicef) calcula que de 1,3 milhão de nigerianos deslocados internos, 743 mil são menores de idade.

Destes 743 mil, calcula-se que 10 mil são menores não acompanhados.

"Muitos foram separados de suas famílias em situações nas quais precisamente fugiam do Boko Haram", especificou o especialista.