Topo

Presidente da Transparência Internacional alerta para crise de corrupção

27/05/2015 19h39

Cidade da Guatemala, 27 mai (EFE).- O presidente da junta diretiva da Transparência Internacional, o peruano José Ugaz, afirmou nesta quarta-feira na Guatemala que a crise de corrupção que se vive em toda América Latina "pode tragar todos".

"Estamos em uma situação de crise", alertou Ugaz, ressaltando a necessidade da adoção de medidas rápidas para fazer frente ao problema.

Durante seu discurso no Congresso "Cidadãos contra a corrupção", realizado hoje na Cidade da Guatemala, lamentou que a corrupção tenha se normalizado na sociedade latino-americana e que seja assumida como "uma forma de viver".

Segundo sua opinião, este fato é o que estabelece a diferença entre os atos corruptos que existem na América Latina e os que acontecem em outros países europeus, onde a corrupção não é sistemática.

"Nosso caso (América Latina) é mais grave, não só é preciso operar cirurgicamente, mas trabalhar a educação", opinou.

Segundo Ugaz, nos últimos meses o setor privado mostrou sua preocupação com esta situação, que as rua expressam por sua vez com protestos e manifestações.

Nesse sentido, o diretor da Transparência Internacional assinalou que o empresariado "não pode ser parte do problema, tem que ser parte da solução".

Para poder acreditar em uma estratégia anticorrupção, acrescentou, é necessário "um pacto nacional" que demonstre o compromisso com a luta e a defesa do conceito de "bem comum".

"Eu não vou dar uma receita, mas há uma ideia que me seduz muito e tem a ver com a impunidade", comentou Ugaz.

Por isso, apostou em começar com "a identificação dos peixes grandes" e, depois, "começar a fritá-los" para que respondam por seus atos perante a Justiça.

Neste sentido, reforçou a necessidade de implementar um sistema de controle com liderança, principalmente quando os maiores casos de corrupção ocorrem em casos de licitação pública, onde os organismos de controle atuais "chegam tarde ou nunca".

"Mas, sim, é possível conseguir um resultado possível nesta matéria", concluiu Ugaz.