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Belaúnde chega a Lima após ser extraditado pela Bolívia

29/05/2015 14h56

Lima, 29 mai (EFE).- O empresário Martín Belaúnde Lossio, detido na quinta-feira na Amazônia boliviana quatro dias após sua fuga de La Paz, chegou hoje a Lima em um avião da Força Aérea Peruana após ser entregue ao Peru pelas autoridades bolivianas.

Belaúnde, acusado de diversos delitos de corrupção, foi entregue hoje na fronteira pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, a uma comissão de autoridades peruanas, entre as quais esteve o ministro do Interior, José Luis Pérez Guadalupe, e o procurador anticorrupção, Joel Segura.

Antes de descer do avião da Força Aérea do Peru (FAP) que o levou a Lima desde a cidade de Juliaca, na região de Puno, um grupo de médicos legistas e de promotores subiu à aeronave para constatar seu estado de saúde.

Belaúnde desceu, posteriormente, algemado e protegido por um colete à prova de balas, enquanto se montava um grande esquema de segurança para levá-lo até um tribunal de Lima.

Em declarações aos jornalistas, José Luis agradeceu à Bolívia por ter "possibilitado esta captura" e ressaltou que as autoridades de ambos os países determinaram o "bom estado de saúde" do detido.

O ministro explicou que o extraditado será entregue à PNP e depois irá para a prisão temporária do Poder Judiciário, por isso que considerou que amanhã será levado para a prisão de Lima que o Instituto Nacional Penitenciário determinar.

José Luis também ressaltou que o empresário "tem os mesmos direitos e deveres que qualquer preso no Peru" e que, por esse motivo, não terá "nenhum privilégio."

Ele antecipou que a justiça peruana ditou uma prisão preventiva de 18 meses contra Belaúnde, que é investigado pela suposta comissão dos delitos de peculato (desvio de fundos públicos), formação de quadrilha e lavagem de ativos.

O procurador Segura enfatizou, por sua vez, que a condição legal de Belaúnde "é de um extraditado, não foi expulso, isto devido a que o Estado peruano tramitou a extradição".

Disse que qualquer outra denúncia que se apresente contra o empresário "vai ser processada e ter o caminho que corresponder, para que, como neste caso, seja admitida (pela justiça boliviana) e levada a julgamento".

Belaúnde desapareceu no domingo passado da casa onde permanecia em prisão domiciliar em La Paz depois que o Tribunal Superior de Justiça boliviana aprovou o pedido de extradição das autoridades peruanas.

O Peru solicitou à Bolívia sua extradição por supostamente ter administrado interesses de empresas particulares para conseguir-lhes contratos com o Estado em governos regionais e obter assim benefícios econômicos pessoais.